Folha de S. Paulo


Velocista põe Bahamas no mapa da natação e mira medalhas no Pan

Mark Humphrey - 14.jul.2015/Associated Press
Arianna Vanderpool-Wallace durante prova de natação
Arianna Vanderpool-Wallace durante prova de natação

Nas Bahamas, atletismo é como o futebol para o Brasil. Esporte número 1. Religião.

Arianna Vanderpool-Wallace, 25, é uma opositora a tal tradição no país caribenho -que tem dez medalhas olímpicas nas pistas.

A nadadora tem brilhado nos últimos anos, a ponto de colocar sua nação no mapa da natação internacional. No Pan de Toronto, ela foi terceira colocada nos 100 m livre e ainda disputará os 50 m livre, sua especialidade.

Arianna detém, hoje, o quarto melhor tempo do mundo na prova mais rápida da natação: 24s35. Também está entre as 15 melhores do mundo nos 100 m livre. Seu país jamais conquistou pódios em grandes eventos até dezembro de 2010, quando ela foi bronze nos 50 m livre no Mundial em piscina curta (25 m) de Dubai.

Ela mira medalhas no Pan e no Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto, para se aproximar de uma meta traçada: tornar a natação mais popular em seu país, que tem pouco mais de 350 mil habitantes.

"Eu realmente quero fazer o melhor que posso. Quero nadar o mais rápido que puder, pois acredito que essa é a melhor maneira de ajudar a desenvolver a natação nas Bahamas", afirmou à Folha a nadadora, que já disputou as Olimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012 e até esteve no Pan do Rio, em 2007, onde levou medalha de bronze no 4 x 100 m medley.

Ela acredita que um bom resultado neste Pan, agora em Toronto, aumenta a visibilidade do esporte e diminui a lacuna em relação ao atletismo. Reconhecimento ela já teve. Foi porta-bandeira do país na cerimônia de abertura, na última sexta-feira (10).

A velocista vive e treina há dois anos em Charlotte, nos Estados Unidos, mas apenas porque a natação competitiva a obriga a manter-se na zona de desconforto para não retroceder.

Porém, seu coração e seu foco estão em Nassau, sua cidade-natal. "Nas Bahamas, a natação não inexiste, mas é pequena. Vai levar tempo para que as pessoas percebam que é possível termos bons nadadores. Espero que eu posso ajudar", contou Arianna, recordando que ainda há poucas piscinas disponíveis em sua nação.

"Representar um país tão pequeno, com gente que não conhece de onde vêm os nadadores, é enorme para mim. Mas, hoje, sei que Bahamas como um todo está me apoiando, então é um ótimo sentimento."

Medalhar em Toronto é também um bom indicativo do que poderá fazer no Mundial de Kazan, esse sim seu principal alvo da temporada.

"Uma medalha na Rússia é possível. Quando comecei na natação, ninguém sabia quem eu era. Mas, agora, isso está crescendo. As pessoas me reconhecem em todo lugar em meu país, e isso é empolgante", afirmou.


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