Marcos Goto é o principal responsável por lapidar Arthur Zanetti e levá-lo aos títulos da Olimpíada, do Mundial e, nesta terça, do Pan.
Mesmo assim, o técnico atribui à equipe multidisciplinar com a qual trabalham o sucesso do ginasta de 25 anos. E destaca nominalmente uma dessas profissionais.
"A tia Gegê cuida do Arthur todos os dias. Ela é a 'mãe' dele", diz Goto sobre a fisioterapeuta Maria Eugênia Ortiz, que trabalha antes e depois das apresentações do ginasta.
Sobre seu próprio trabalho com Zanetti, o técnico diz que precisa fazer com que o atleta "não sinta diferença de uma competição para outra e encare todas com igualdade".
O resultado dos trabalhos físicos é que, desde 2010, quando passou por uma cirurgia no ombro direito, Zanetti nunca mais sentiu qualquer lesão.
Depois ganhou duas pratas (2011 e 2014) e um ouro (2013) em Mundiais, foi campeão olímpico em Londres (2012), ganhou duas Universíades (2011 e 2013) entre outros títulos internacionais. E, nesta terça, foi ouro no Pan.
"Ele não perdeu o foco nem quando foi campeão olímpico, não vai ser agora. Se ele se deslumbrar, dou um cascudo nele", brincou Goto.
Na verdade, o técnico explica que Zanetti nem sequer precisa de puxões de orelha, pois "respeita muito o trabalho" dos profissionais que o acompanham.
Este ano, a dupla mudou-se para o Rio onde o COB (Comitê Olímpico do Brasil) mantém um centro de treinamento para a ginástica. Uma "adversidade" que Goto considera superada.
"Morar longe de casa é sempre difícil. mas temos um objetivo. Os atletas precisam estar preparados para as adversidades. E esta foi uma mudança boa, porque a seleção precisa treinar junta", disse o técnico.
Nem ele nem Zanetti, porém, revelaram se até a Olimpíada do Rio podem mudar e dificultar ainda mais a série que o atleta vai apresentar nas argolas em 2016. "Muita água ainda vai rolar até lá e todos precisam melhorar", disse Goto.