Folha de S. Paulo


Romário pede apoio da Procuradoria para investigações da CPI do Futebol

A CPI do Futebol, que deve ser instalada até a semana que vem no Senado, vai trocar informações com a Polícia Federal, Ministério Público e Ministério da Justiça para aprofundar as investigações a respeito das denúncias de corrupção na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e na Fifa.

Os membros da comissão, que ainda não foram eleitos, vão ter uma reunião no dia 15 de junho com representantes dos três órgãos para discutir um trabalho conjunto de cooperação nas investigações. A ideia é trocar documentos e informações para auxiliar a apuração da comissão de inquérito.

Autor do pedido de criação da CPI, o senador Romário (PSB-RJ) é o organizador da reunião. O parlamentar se reuniu na manhã desta segunda (1º) com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir apoio da Procuradoria nas investigações.

Em nota, o senador disse que Janot se colocou à disposição da comissão de inquérito para colaborar nas investigações. "O Janot está alinhado em pensamento com o que propõe a CPI do Futebol, que é a hora de fazer uma limpeza, de moralizar o esporte. Por isso, ele colocou o órgão à inteira disposição da comissão de inquérito", disse o senador.

Romário também afirmou, na nota, que repassou ao procurador alguns "fatos que ele ainda não tinha conhecimento", mas manteve sigilo sobre o restante do teor da conversa.

A instalação da CPI do Futebol depende apenas da indicação dos seus membros pelos líderes dos partidos no Senado. A expectativa do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é que até o final desta semana os líderes escolham quem serão os sete membros titulares, e sete suplentes, da comissão de inquérito.

"Temos que aguardar que os líderes indiquem os nomes. A sociedade cobra do Congresso que, através dessa investigação, dê as respostas que a sociedade precisa. Vamos ter feriado na quinta [4]. Se os líderes puderem indicar os nomes antes de quinta-feira, melhor, porque vamos poder queimar etapas sobre o funcionamento da comissão", afirmou Renan.

Os integrantes serão indicados de acordo com o tamanho das bancadas de cada partido no Senado, como é tradição na divisão das cadeiras das CPIs. O bloco do PT, PDT e PP terá direito a duas vagas, assim como PMDB e PSD. Há uma vaga reservada à oposição, uma para partidos menores, e a última deve ser ocupada por Romário.

O ex-jogador trabalha nos bastidores para ser eleito relator da comissão. O cargo é o mais cobiçado porque cabe ao relator ditar os rumos das investigações, elaborar o cronograma de trabalhos e impor o ritmo das atividades da CPI –assim como elaborar o seu relatório final.


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