Folha de S. Paulo


Doença deve ter afetado caráter e gratidão de J. Hawilla, diz ex-sócio

Ex-presidente do Flamengo, o empresário Kleber Leite publicou na internet, na noite de quarta-feira (27), um texto para esclarecer suspeitas de que a empresa do qual é sócio, a Klefer, estaria envolvida na investigação do caso de corrupção da Fifa.

No texto, Leite criticou o empresário José Hawilla, conhecido apenas como J. Hawilla, 71, réu confesso e figura-chave no esquema de corrupção.

Leite era sócio de J. Hawilla, que é proprietário da Traffic, uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo e que negocia direitos de transmissões de TV e publicidade de grandes eventos, como a Copa América e a Libertadores.

"Soube que neste período, J. Hawilla passou por momentos difíceis em função de grave doença. Provavelmente, pelo que ouço e leio, a cabeça dele deve ter sido afetada. A cabeça, o caráter e, principalmente, o sentimento de gratidão. Lamentável!!! Que fim de vida", escreveu Leite.

Zanone Fraissat - 12.abr.2010/Folhapress
O empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo
O empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo

O ex-presidente do Flamengo afirmou que recebeu as visitas do Ministério Público e da Polícia Federal e que entregou todos os documentos solicitados. "A Klefer, através de seus dirigentes, está inteiramente à disposição das autoridades", afirmou.

A empresa de Leite atua no mesmo ramo da Traffic e gerou suspeita por causa de um acordo feito com a empresa de J. Hawilla pelos direitos da Copa do Brasil.

"Desafio a qualquer empresa de consultoria afirmar que o preço que é pago pela Klefer à CBF, pelos direitos pertinentes à Copa do Brasil, não seja mais do que justo. Os contratos e toda a documentação aqui mencionada estão à disposição. Aqui, não há nada a temer", afirmou Leite.

J. Hawilla está em liberdade e continua vivendo nos EUA, informou à Folha na quarta-feira o seu advogado, José Luiz de Oliveira Lima.

O empresário fez acordo com a Justiça dos EUA e vai devolver US$ 151 milhões (pouco mais de R$ 475 milhões) ao confessar extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.

A empresa de J. Hawilla é a atual responsável pelos direitos de torneios como a Libertadores, passes de jogadores como o argentino Conca e o brasileiro Hernanes, dona de times como o Estoril Praia, de Portugal, e pelas vendas de camarotes do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, em São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress

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