Folha de S. Paulo


Com mais votos na Fifa, Ásia deve tirar 5ª vaga da América do Sul na Copa

Cresce na Fifa a pressão para aprovar a medida que retira dos sul-americanos a chance da quinta vaga na Copa do Mundo, hoje disputada numa repescagem com outros continentes.

O tema está na pauta da reunião extraordinária marcada pelo comitê executivo para sábado (30), um dia depois do congresso que deve reeleger em Zurique o suíço Joseph Blatter para um quinto mandato como presidente.

A maioria das confederações continentais presentes à Suíça está contra a Conmebol, entidade que dirige o futebol sul-americano. A mudança já valeria para a Copa na Rússia, em 2018.

A América do Sul tem hoje quatro seleções garantidas e pode indicar outra para brigar com Oceania, Ásia ou América Central por duas vagas que sobram.

A mudança nas regras é uma antiga reivindicação desses outros três continentes e da Europa, que consideram desproporcional o espaço dado aos sul-americanos.

A Conmebol tem dez filiados e quatro vagas certas, enquanto os asiáticos, por exemplo, possuem o mesmo número de seleções na Copa (além da briga pela repescagem), mas com 47 membros ligados à Fifa.

Sob pressão, os cartolas da Conmebol articulam uma proposta que garanta uma vaga à Oceania, que hoje só tem chance pela repescagem, mas deixando os sul-americanos disputando o restante com Ásia e América Central.

Questionado nesta segunda-feira (25) em Zurique, o presidente da CBF e membro do comitê executivo, Marco Polo del Nero, não quis dar declaração. A Conmebol faz uma reunião nesta quarta na Suíça, quando deve abordar o assunto.

A especulação em torno do assunto cresceu após a punição aplicada contra o Boca Juniors no episódio do gás de pimenta na partida contra o River Plate pela Taça Libertadores.

Segundo o jornal espanhol "As", a Conmebol teria aberto mão da chance da quinta vaga em troca de não excluir o Boca por vários anos das competições –a equipe argentina foi tirada apenas da Libertadores deste ano.

Dirigentes sul-americanos e a Fifa, porém, negaram a versão do jornal espanhol.

"A sanção aplicada pela CONMEBOL ao Boca Juniors não tem relação alguma com as vagas para a Copa do Mundo da FIFA 2018. As reportagens publicadas pela imprensa sobre o assunto são rumores sem fundamento. Os incidentes em questão ocorreram no contexto da Copa Libertadores, ou seja, dentro da jurisdisção da CONMEBOL", informou a Fifa, em nota enviada à Folha

O presidente da confederação sul-americana, Juan Ángel Napout, já admitiu a possibilidade de perder o espaço no mundial, mas declarou que a decisão não teria ligação com o caso do Boca.

O atual comitê executivo da Fifa se reuniu nesta segunda-feira em Zurique, no último encontro antes do congresso que reúne as 209 federações, mas não discutiu o assunto, segundo a entidade.

Blatter é favorito à reeleição a um quinto mandato, contra o príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein, único adversário, depois das desistências do ex-jogador português Luís Figo e do dirigente holandês Michael van Praag.


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