Folha de S. Paulo


Pacto empresarial deve criar índice para medir confiabilidade de confederações

Um dos primeiros desdobramentos do pacto que tem sido trabalhado por quase 20 empresas que investem mais de meio bilhão de reais no esporte deve ser a criação de um indicador único para avaliar as confederações do país.

A proposta de elaboração do índice, que pretende avaliar anualmente gestão e transparência das entidades esportivas, foi feita pela ONG Atletas pelo Brasil, que tem atuado como consultora do projeto.

O indicador apontaria quais são as confederações mais seguras e eficientes para se investir. Também apontaria as menos recomendáveis. Os critérios ainda não estão definidos, mas devem envolver planejamento, limite de mandato, independência fiscal e prestação de contas.

Assim, por exemplo, o próprio pool de empresas poderia sugerir ou vetar patrocínios a entidades esportivas.

Na prática, funcionaria como um "balizador de investimento", o que hoje inexiste. Uma das grandes reclamações das empresas é muitas vezes não ter informações críveis sobre a vida financeira das entidades.

Gustavo Alves/Divulgação
Medalhista olímpica, Ana Moser lidera ONG Atletas pelo Brasil
Medalhista olímpica, Ana Moser lidera ONG Atletas pelo Brasil

A criação do indicador e sua operação podem ter auxílio do governo federal. A proposta foi apresentada na segunda-feira retrasada (13) ao ministro George Hilton (Esporte), que demonstrou interesse na atuação da pasta para avaliar as confederações em conjunto com as empresas.

Caso o ministério opte por não participar, ainda assim as companhias signatárias devem adotá-lo.

A expectativa é que a assinatura do pacto e seu lançamento publico ocorram no segundo semestre deste ano. A grande motivação para que elas se unam foi a preocupação com a utilização de seus recursos em vista das alterações na Lei Pelé, em 2013, e na Lei Anticorrupção.

Até o momento, já aderiram ao pacto 19 empresas: Aché, Ambev, Banco do Brasil, Bradesco, BRF, Centauro, Correios, Construtora Passarelli, Decathlon, Gol Linhas Aéreas, Itaú, McDonald's, Nestlé, Nissan, Pão de Açúcar, P&G, TetraPak, Volkswagen e Ápice (que reúne companhias de material esportivo). Ao todo, o investimento anual delas no esporte ultrapassa R$ 550 milhões.

Para costurar o acordo, as companhias têm, recebido assessoria da Atletas pelo Brasil, do Lide Esporte, do Instituto Ethos e do escritório Mattos Filho Advogados.

Uma reunião que definirá outras cláusulas do pacto será realizada no próximo dia 28.


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