Folha de S. Paulo


Guerrero diz que chamar de macaco é ofensa em qualquer lugar do mundo

Nesta quarta-feira (1º), a partida entre Corinthians e Danubio pela Libertadores repercutiu não somente pela vitória do time paulista no Itaquerão.

Segundo jogadores e membros da comissão técnica do Corinthians, o zagueiro Cristian Gonzales teria supostamente direcionado ofensas racistas ao volante Elias após a falta que originou o primeiro gol alvinegro.

Após o jogo, Waldir Rapello Dutra, chefe de segurança do Corinthians, disse que o delegado da partida, Francisco Brítez, minimizou as supostas ofensas racistas.

"Ele me disse que, em alguns países, dependendo da forma como for tratado o macaco, nem sempre é racismo", disse Dutra.

No entanto, o atacante Paolo Guerrero, peruano, contrariou a versão de Brítez.

"Imagina. Chamar de macaco é uma ofensa em qualquer lugar do mundo", afirmou Guerrero.

Guerrero disse ter conversado com Elias após o jogo.

"Racismo é triste. Acabei de falar com ele, novamente a gente vive um negócio desses. É triste que ainda aconteça algo assim. Somos todos iguais, branco, preto, azul, amarelo", disse o atacante.

"A gente vai deixar isso passar, temos de ficar focados. Demos força a Elias, uma motivação extra para ele não ficar chateado", revelou o atacante.

Elias pediu ao clube para não registrar boletim de ocorrência sobre o incidente.

RENOVAÇÃO ARRASTADA

Sobre sua renovação contratual, Guerrero disse não estar preocupado, e que deixa tudo nas mãos dos empresários.

"Os empresários é que tratam, eu estou focado no meu trabalho, concentrado e nem quero saber. Estou com paciência. Depois que pagarem o que me devem, a gente fala de renovação", disse o atacante, em referência ao que clube lhe deve de premiações e salários da última temporada.

Editoria de Arte/Folhapress


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