O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse neste domingo (15) que os Jogos Olímpicos de 2016 deixarão para a cidade um legado maior que o de Barcelona nas Olimpíadas de 1992.
A declaração foi dada em resposta às afirmações do economista Andrew Zimbalist em entrevista publicada pela Folha no sábado (14).
O americano acaba de lançar o livro "Circus Maximus", no qual argumenta que sediar eventos como Copa do Mundo e Olimpíada não trazem benefícios às sedes e que isso deve ocorrer na Rio-2016.
Os Jogos de Barcelona ficaram conhecidos por terem, com seus investimentos, revitalizado a cidade, principalmente por meio da reurbanização de áreas degradadas.
Paes afirmou que Zimbalist fez uma "análise genérica" sobre a preparação da cidade e afirmou que ele mostra "desconhecimento do que está se passando no Rio".
"Ele diz que a Olimpíada vai custar US$ 20 bilhões (R$ 64,5 bilhões, pela cotação atual do dólar). O orçamento está claro: é R$ 30 bilhões. Sendo que R$ 24 bilhões é para legado e R$ 6 bilhões para equipamento esportivo. E, desses R$ 6 bilhões, 65% é dinheiro da iniciativa privada."
Para ele, os gastos em equipamentos esportivos, que não seriam feitos pela cidade em uma situação normal, são compensados pelos investimentos em outros projetos que os Jogos propiciaram.
"Claro que você faz um rio para a canoagem e um campo de golfe que você não faria, mas no final tem que pesar a conta. Se, gastando R$ 6 bilhões, você está levando R$ 24 bilhões de legado para a cidade, vale a pena fazer [os Jogos Olímpicos]", disse.
Ele citou como exemplo a construção do metrô, que, diz, só teve o financiamento do BNDES liberado devido à realização da Olimpíada.
Também lembrou da construção de seis piscinões na região do Maracanã, viabilizados por causa dos Jogos.
O prefeito, no entanto, concorda com o economista quanto à possibilidade de os Jogos serem negativos para suas sedes, mas destacou que isso não acontecerá no Rio.
"Eu tendo a concordar com ele em vários casos. A Olimpíada, se não for bem planejada, se serve da cidade. Nosso esforço permanentemente aqui é que a cidade se sirva da Olimpíada", afirmou.
SEM ATRASO
Segundo Paes, a Rio-2016 não cometerá os mesmos erros do Pan de 2007, realizado na cidade, quando uma série de atrasos em obras obrigaram o governo do Rio a investir mais verba na construção de equipamentos esportivos.
"Nós estamos no prazo, não tem nenhum aditivo, a maior parte dos recursos são privados", disse o prefeito.