Não estranhe se nunca ouviu falar de Fabinho, lateral-direito convocado por Dunga para os amistosos de março contra França (dia 26, em Paris) e Chile (29, em Londres).
As duas únicas partidas do jogador de 21 anos como profissional em território brasileiro foram pela seleção olímpica, amistosos contra Bolívia e EUA, em outubro de 2014, em Cuiabá e Brasília respectivamente.
Fabinho é um dos jogadores com idade de disputar os Jogos Olímpicos do Rio-2016 que tem sido chamado por Alexandre Gallo para jogos amistosos, e foi um dos indicados do técnico do sub-23 para Dunga, caso precisasse usar garotos.
Com o corte do lateral-direito Maicon que se atrasou ao voltar para a concentração, logo no primeiro jogo da nova Era Dunga, em setembro, nos EUA, Fabinho, que estava com a seleção olímpica no Oriente Médio, foi chamado às pressas para o time principal.
Esta, portanto, é sua segunda convocação com Dunga. Ele só não é o mais jovem do grupo porque o zagueiro Marquinhos tem 20 anos.
"Não sou o primeiro a chegar à seleção e não ser tão conhecido. Quem acompanha o futebol europeu vê meus jogos. Estou em uma boa temporada, e quero mostrar isso agora na seleção", disse Fabinho à Folha, por telefone.
| Manuel de Almeida/Efe | ||
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| Jorge Mendes é agente de Cristiano Ronaldo e José Mourinho |
Fabinho joga no Monaco, time francês que está nas oitavas de final da Liga dos Campeões.
Para chegar ali, nunca jogou profissionalmente por um clube brasileiro e rodou por Portugal e Espanha, levado ao continente pelo empresário Jorge Mendes, que trabalha com atletas do calibre de Cristiano Ronaldo.
Mas foi o ex-meia Deco, brasileiro naturalizado português quem "descobriu" Fabinho quando ele atuava nas categorias de base do Paulínia, time do interior paulista. Então jogador do Fluminense, Deco indicou Fabinho em 2011 e, no time do Rio, o lateral foi campeão da Copa São Paulo de futebol júnior do ano seguinte.
Convocado para a seleção sub-20, pelo então técnico Ney Franco, foi num torneio na África do Sul que entrou no radar de Jorge Mendes. Deco, que conhecia o empresário português, deu o aval e Fabinho foi para o Rio Ave, de Portugal.
"Já estou bem adaptado à Europa. É uma experiência incrível, estar atuando entre os grandes, e importante para ter um futuro na seleção brasileira", disse Fabinho.
Do Rio Ave ele foi para o Real Madrid B, mas teve chance, por necessidade, de fazer duas partidas no Real Madrid principal. Um dos grandes orgulhos do jogador foi ter dado um passe para gol de Dí Maria, na vitória de 6 a 2 sobre o Málaga, em maio de 2013.
Em 2014 aportou no Monaco, time turbinado com dinheiro de um investidor russo que se tornou força na França e emergente na Europa.
POSIÇÃO
O técnico Dunga disse que Fabinho tem jogado de volante no Monaco, mas que na seleção disputará a posição com Danilo, do Porto, na lateral direita.
"A minha é a lateral mesmo. Se precisar jogar de volante, jogo, nosso time está com desfalques. Mas quero brigar por posição na lateral", disse Fabinho.
Ele contou que teve pouco contato com Dunga na primeira convocação, e tem uma explicação: ficou apenas dois dias com o elenco, já que chegou nos EUA em cima da hora para o segundo jogo da turnê. Mesmo assim teve tempo de receber o "batismo" que novatos da seleção sofrem.
"Tive que cantar na refeição, fazer um discurso. Acho que não vou precisar repetir [risos]. Foram só dois dias, nem deu para treinar, Agora vou sentir o clima de seleção", disse o jogador.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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