Folha de S. Paulo


Ronaldo tenta impedir apresentação de contratos e indenização de R$ 15 mi

O ex-atacante Ronaldo e o Corinthians tentam impedir na Justiça a apresentação dos contratos de patrocínio da Hypermarcas com o clube o jogador. O empresário Paulo Sérgio Pereira da Cruz Palomino pede uma comissão de 10% de tudo que o clube e o jogador receberam da empresa, incluindo os bônus pagos pelas conquistas de títulos. Segundo seu advogado, o valor da indenização deve chegar a R$ 15 milhões.

A Hypermarcas patrocinou o uniforme da equipe entre 2009 e 2012. Palomino alega ter sido o intermediário na negociação do primeiro acordo com a empresa e entrou com ação cobrando Corinthians e o ex-jogador.

"Foi o meu cliente quem fez o contato inicial e começou uma troca de telefonemas e e-mails com o Corinthians e o empresário do Ronaldo, à época o Fabiano Farah", explica o advogado de Palomino, Marcelo Amoretty Souza.

Em 19 de dezembro de 2014, o juiz Theo Assuar Gragnano, da 3ª Vara Cível de Pinheiros, em São Paulo, determinou que fosse apresentado os contratos firmados com a Hypermarcas, considerando que as alegações de Palomino são "plausíveis".

"As provas até aqui colhidas, notadamente os depoimentos prestados pela secretária do presidente da Monte Cristalina [fundo de investimentos que controla a Hypermarcas] e pela diretora de mídia da Hypermarcas, aliados aos documentos, conferem plausibilidade às alegações do autor, no que indicam que a proposta de patrocínio por ele apresentada chegou efetivamente ao presidente da Monte Cristalina, que dela tomou ciência e ordenou que o assunto fosse analisado pela diretora de mídia da Hypermarcas", escreveu o juiz na decisão.

No início de fevereiro deste ano, os advogados de Ronaldo apresentaram um agravo de instrumento para que os contratos não sejam apresentados. Alegam que os documentos são confidenciais e podem prejudicar a imagem da Hypermarcas.

"Agora temos de esperar o julgamento desse agravo de instrumento, o que deve acontecer nas próximas três semanas", afirma Amoretty.

Palomino entrou com o processo municiado com cópias das trocas de mensagens e gravações telefônicas feitas quando - segundo seu advogado - sentiu que estava sendo deixado de lado na negociação do patrocínio. Corinthians e o representante de Ronaldo começaram a dizer que ele, na verdade, não tinha iniciado o contato com a Hypermarcas.

A Folha tentou ouvir Xavier Torres Vouga e Daniel Brajal Veiga, que aparecem como advogados de Ronaldo na ação, mas não conseguiu falar com eles no escritório que possuem em São Paulo. Também não retornaram o contato da reportagem.


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