Folha de S. Paulo


Justiça arquiva ação contra inglês preso por cambismo na Copa

A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiu nesta terça-feira (10) pelo arquivamento da ação penal contra o inglês Raymond Whelan, executivo da Match Services.

Ele foi acusado pela Polícia do Rio de integrar uma suposta quadrilha de venda ilegal de ingressos para a Copa. A Match é parceira comercial da Fifa e tinha a exclusividade dos direitos de venda de pacotes do Mundial.

No seu voto pelo arquivamento, o desembargador Luiz Noronha Dantas decretou a "inépcia material da denúncia, trancando-se a ação penal apenas quanto a este paciente, sem extensão a qualquer dos demais corréus".

O Ministério Público não se pronunciou sobre a decisão da Justiça.

Em julho do ano passado, a polícia do Rio prendeu 11 pessoas por participarem da suposta quadrilha.

De acordo com investigadores, o grupo lucrava pelo menos R$ 1 milhão por jogo.

Whelan foi denunciado pelos crimes de cambismo, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e sonegação.

O inglês foi preso duas vezes no ano passado. Na primeira, ele ficou detido por apenas 12 horas.

Tasso Marcelo - 7.jul.2014/AFP
O diretor-executivo da Match, o britânico Raymond Whelan
O diretor-executivo da Match, o britânico Raymond Whelan

Na segunda, o executivo ficou preso por mais de 20 dias no Complexo Penitenciário de Bangu, zona oeste.

No período entre as duas prisões, ele foi considerado foragido ao deixar o Copacabana Palace pela portaria dos funcionários.

Em agosto, o inglês foi beneficiado por uma liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Depois disso, Raymond Whelan deixou o Brasil.

Já o franco argelino Mohamadou Lamine Fofana, 57, apontado pela polícia como suspeito de ser chefe de uma quadrilha de venda de ingressos ilegal, permanece como réu na ação penal.

Em agosto, Fofana também foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo STF para sair da prisão. Em seguida, ele deixou o país.

De acordo com o delegado Fábio Barucke, da Polícia Civil do Rio, Fofana fazia a ligação com Whelan e os cambistas que vendiam os bilhetes na porta dos estádios.

Segundo a polícia, o grupo ainda venderia ingressos para clientes que comprassem pela internet ou em duas agências de viagem em Copacabana, zona sul do Rio.

Os policiais acreditam que o grupo atuava desde o Mundial de 1998 e poderiam movimentar até R$ 200 milhões por Copa.


Endereço da página: