Folha de S. Paulo


Promotores prometem processar clubes e federação por 'dano coletivo'

Com base nos atos de violência entre torcedores de Palmeiras e Corinthians e a Polícia Militar no último domingo (8), o Ministério Público vai entrar com uma ação contra os dois clubes e a Federação Paulista de Futebol por "danos coletivos".

De acordo com os promotores Paulo Castilho e Roberto Senise, o órgão já pediu os Boletins de Ocorrência registrados no dia do jogo e está colhendo evidências de violência para instaurar um inquérito civil.

A partir deste inquérito, o Ministério Público vai entrar com a ação pedindo indenização ao Estado por danos coletivos. "Vamos fazer o levantamento de tudo o que aconteceu para fazer a ação, que deve sair em abril", explica Roberto Senise.

A promotoria usa o fato de ter recomendado torcida única no clássico como argumento para acusar os clubes e a FPF. "O que aconteceu [a violência no clássico] mostra que a nossa recomendação não foi em vão", diz Senise.

Na recomendação, o MP já havia ameaçado os clubes e a federação de processo, caso a proposta não fosse levada a cabo, o que aconteceu por decisão da FPF.

O promotor Paulo Castilho diz que um dos palmeirenses presos no dia carregava "15 barras de metal". Segundo a PM, foram presos seis torcedores do Palmeiras por causa da briga na rua Turiassu, antes do início da partida.

"Avaliamos a ação como uma situação normal. Vamos aguardar a notificação. Se tiver que ir à Justiça para debater o caso, vamos. Inclusive, temos a liminar que o Corinthians nos apresentou", afirmou Marcos Marinho, diretor da federação paulista.

Castilho, no entanto, argumenta que a liminar obtida pelo Corinthians não impede o Ministério Público de acionar os entes envolvidos no clássico pelos danos. Cita trecho da decisão que diz: "Eventuais danos ocorridos durante a partida e sua reparação reclamam ação própria e efetiva demonstração".

Não existe ainda valor para indenização dos clubes e da federação, caso a ação seja julgada a favor do Ministério Público.

CADEIRAS QUEBRADAS

O Palmeiras decidiu não cobrar do Corinthians o prejuízo causado pela torcida do time alvinegro no novo estádio do clube após o clássico do último domingo (8).

De acordo com a vistoria feita nesta segunda-feira pela WTorre e o Palmeiras, 202 cadeiras do setor de visitante sofreram avarias. Destas, 44 foram destruídas, 129 tiveram os porta-copos quebrados e 29 apresentaram problemas nas molas.

Reprodução
Cadeiras quebradas no setor de visitante do novo estádio do Palmeiras
Cadeiras quebradas no setor de visitante do novo estádio do Palmeiras

Portas e canos do banheiro foram quebrados, além de pichações nas paredes.

O prejuízo estimado foi de R$ 25 mil. Como o estádio ficará sob controle da WTorre por mais 30 anos, o Palmeiras terá de ressarcir o prejuízo à construtora.


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