Folha de S. Paulo


Autor do gol do Mundial de 1963 pelo Santos, Dalmo morre aos 82 anos

O ex-jogador Dalmo Gaspar, 82, autor do gol que deu ao Santos o título do bicampeonato mundial em 1963, morreu nesta segunda-feira (2), em Jundiaí, por volta das 10h.

O ex-lateral esquerdo estava internado no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, desde o início do ano com uma infecção no sangue. Estava sendo tratado a base de antibióticos.

Dalmo será velado nesta segunda-feira (2) no cemitério municipal de Jundiaí, a partir das 16h. O enterro será na terça (3), às 10h, no Cemitério Nossa Senhora do Desterro.

Diagnosticado com mal de Alzheimer em março de 2014, a família de Dalmo chegou a colocar a medalha do título de 1963 a venda para tentar custear o tratamento –o valor pedido era de R$ 15 mil. O objeto não chegou a ser comercializado.

Atualmente, os familiares gastavam cerca de R$ 3.000 por mês com convênio médico, medicamentes e uma cuidadora para acompanhar Dalmo.

Por recomendação médica, Dalmo teria de ser internado em uma clínica para tratamento do mal de Alzheimer, cujo custo girava em torno de R$ 3.700.

Na estreia do Santos no Campeonato Paulista, neste domingo (1º), diante do Ituano, na Vila Belmiro, a Torcida Jovem homenageou Dalmo com uma bandeira com o rosto do ex-jogador.

A CARREIRA

Natural de Jundiaí, Dalmo teve o auge da carreira ao defender o Santos de Pelé. Jogou no clube de 1957 a 1964, fazendo parte da geração de ouro da equipe da Vila Belmiro.

Neste período, conquistou cinco títulos do Paulista, duas Taças Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro na época), duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes e um Torneio Rio-São Paulo.

Não era um jogador ofensivo. Tinha mais características defensivas. Tanto que fez quatro gols pelos Santos –o mais importante, sem dúvida, na final do Mundial de 1963, de pênalti.

A cobrança da penalidade foi muito parecida com o milésimo gol de Pelé, em 1969. Dalmo tomou distância e colocou a bola no canto esquerdo do goleiro do Milan, no Maracanã, na vitória por 1 a 0.

"Aquele foi o maior feito da minha vida", disse Dalmo à Folha, em novembro de 2013, quando reencontrou os remanescentes do Mundial de 1963, no aniversário de 50 anos da taça.

Além do Santos, defendeu Guarani e Paulista. Depois que deixou o futebol, teve escolinhas e foi funcionário público em Jundiaí, onde se aposentou.

Morava com a mulher, Rosa Maria Gaspar, em Jundiaí. Deixa dois filhos e três netos.

16.fev.1959/Acervo UH/Folhapress
Dalmo (esq.) ao lado de Zito, em foto de 1959
Dalmo (esq.) ao lado de Zito, em foto de 1959

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