É possível jogar futebol profissional em alto nível aos 40 anos de idade?
Zé Roberto, o novo camisa 11 do time do Palmeiras, que completa 41 neste ano, assegura que sim.
Em sua apresentação no clube nesta quinta-feira (8), o atleta adotou um tom descontraído e lançou frases de efeito como "40 é só um número" e "Me sinto um garotão". E fez questão de tirar a camisa para mostrar a todos que, de fato, está muito bem fisicamente.
| Editoria de arte/Folhapress |
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Zé Roberto tem direito de se gabar. Ele, que também atua como meia, ganhou a Bola de Prata (prêmio da revista "Placar" e da ESPN) de melhor lateral esquerdo do último Brasileiro, quando atuou pelo Grêmio.
Vale lembrar que a lateral é uma posição que exige muito preparo físico.
Mas seria Zé Roberto uma comprovação de que a idade não importa tanto assim? Ou ele representa uma exceção?
Segundo os preparadores físicos de grandes clubes, não há uma regra única.
O bom desempenho após os 40 depende de fatores genéticos aliados a bons hábitos adquiridos ao longo da carreira, como o respeito aos períodos de descanso e a alimentação correta.
"Por volta dos 30 anos, o corpo humano passa a ter um declínio natural", explica José Mário Capeiz, preparador físico do São Paulo.
"Nessa idade, o atleta perde massa magra e para se manter em bom nível tem de priorizar a aquisição de massa magra, ou seja, músculos."
Ricardo Henriques, preparador físico do Palmeiras, ressalta a importância de cuidar do corpo desde cedo para ter um bom desempenho em idades mais avançadas.
"Zé Roberto está colhendo o que plantou ao longo da carreira", afirma Henriques. "Ele nunca bebeu ou fumou, soube se preservar."
O jogador de 40 anos diz que passou a cuidar melhor do seu corpo quando foi jogar na Europa. A partir daí, passou a contar com o auxílio de um preparador físico até nas férias.
Nessa temporada no Palmeiras, talvez ele receba um tratamento especial entre uma partida e outra.
"Devemos fazer com ele um trabalho diferente de recuperação muscular, caso seja necessário", diz Henriques.
'ME SINTO COM 28'
Ex-jogador de Corinthians, Palmeiras, Vasco e a italiana Fiorentina, entre outros, o volante Amaral, 41, assinou contrato para jogar o Paulista pelo Capivariano, equipe que disputa pela primeira vez o campeonato que reúne os times da elite do Estado.
Ele retoma as atividades após um ano parado, jogando apenas alguns jogos festivos. "Tem muito carro 2015 andando menos que outros feitos nos anos 1970. Não adianta só ver a capa, é preciso abrir o motor para ver a sua condição", afirma o volante, entre risos.
"Eu me sinto com 28 anos, não passo vergonha com os moleques, não", conta.
Assim como Zé Roberto, com quem jogou na seleção brasileira, Amaral sabe que seus hábitos ao longo da carreira contribuíram para a sua boa forma nos dias de hoje.
"Mesmo durante a aposentadoria de um ano, eu mantive hábitos de atleta, sem noitadas", diz.
| Reginaldo Castro/Folhapress | ||
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| Zé Roberto, 40, brinca com os jornalistas durante a sua apresentação no Palmeiras, em SP |