Folha de S. Paulo


Com desistência de obras previstas no início, custo total da Copa fica menor

Em janeiro de 2010, a previsão do governo federal era de que a Copa do Mundo no Brasil custaria R$ 33 bilhões, somando gastos com estádios e, principalmente, obras de mobilidade urbana e investimento em turismo.

Quatro anos depois, o valor final do Mundial ficou em 27,1 bilhão, quase R$ 6 bilhões mais barato. Essa diferença se explica, principalmente, devido às diversas obras que estavam na primeira Matriz de Responsabilidade, do início de 2010, mas foram retiradas do projeto.

Em São Paulo, por exemplo, a mudança de estádio para receber o Mundial fez o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que chegaria até o estádio do Morumbi ser retirado dos projeto da Copa.

A obra, que estava prevista para estar pronta em 2014, ainda não foi entregue. O estádio acabou sendo construído bem distante, em Itaquera, na zona leste da capital paulista.

A reforma no aeroporto de Recife também estava na matriz inicial e depois retirada, assim como o VLT de Brasília. Essa obra estava orçada em R$ 276,9 milhões, sendo que R$ 263 milhões seriam responsabilidade do governo federal e R$ 13,9 milhões do governo do Distrito Federal.

"O que a população terá pronta são estádios caros, alguns deles elefantes brancos, que pouco serão usados, mas as obras de mobilidade urbana eram mais importantes, e muitas delas não saíram do papel", disse Gil Castello Branco, representante da ONG Contas Abertas.

DIVISÃO

A maior parte do dinheiro usado nas obras da Copa foi de financiamento federal (por meio de bancos públicos) e de gastos de governo estaduais ou de prefeituras das cidades que receberam jogos da Copa do Mundo de 2014.

Este montante atingiu aproximadamente 65% do total utilizado.

O gasto privado no total foi de 15%, superior aos 7,2% usados apenas noas obras dos estádios.

Editoria de arte/Folhapress

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