Folha de S. Paulo


Vou me tornar mais imprevisível e perigoso, diz judoca Leandro Guilheiro

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Leandro Guilheiro, 31, pratica judô desde os 4 anos de idade, esteve nas últimas três olimpíadas, ganhou dois bronzes (Atenas-2004 e Pequim-2008), chegou ao Londres-2012 como líder no ranking mundial e acabou com um sétimo lugar frustrante.

Em seguida, passou dois anos sem competir. O longo período ocorreu devido a uma grave lesão no joelho. A consequente 11ª cirurgia, nos mais diversos lugares do corpo, fizeram com que o judoca paulista aproveitasse o tempo para repensar a forma de lutar.

O retorno, em duas competições em outubro, não renderam medalhas mas a confiança necessária para lutar pela vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

"Depois de um certo tempo você já fez todas as reflexões de vida necessárias, eu queria voltar aos tatames. Mas foi um momento de muita maturidade. Aproveitei estes dois anos para estudar mais e ver o judô por outro ângulo. Tentei achar o lado positivo, investir em mim e voltar melhor do que antes", disse Guilheiro à TV Folha, nesta quinta-feira (18).

Além de mudar para São Paulo (antes morava em Santos), perto do clube Pinheiro, onde treina, o judoca aproveitou para se graduar em um curso de gestão do esporte, na FGV. Nos tatames, porém, ele diz que a mudança deve ser ainda mais profunda.

"Do ponto de vista técnico, sou um cara muito mais crítico hoje. Pessoas estão me ajudando a pensar o judô de forma diferente. Antes de Londres, eu estava visado e meu judô estava limitado. Estou tentando me tornar um cara mais perigo. Foquei no meu desempenho, esqueci os adversários. Quero melhorar meu judô, meu estilo", afirmou.

"Eu estava utilizando muito o mesmo tipo de golpe, de pegada, estava previsível. Estou espandindo um pouco as possibilidades de técnicas. Utilizando mais técnicass de perna, para incomodar e desequilibrar os adversários. E ter mais opções de pegada e movimentação. Vou ficar mais imprevisível. Luta no chão era algo que eu não usava muito antes, agora estou com mais atenção a isso também. O que me torna um cara imprevisível e perigoso. Dá um nó na cabeça do adversário", explicou.

Guilheiro ainda ainda falou sobre experiência no judô, rotina de treinamento, seleção brasileira, tempo de lazer, ranking mundial, doping, Cuba, rivais, MMA e muito mais.


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