Folha de S. Paulo


Pai de Neymar está perto de assumir gestão de clube

Em meio à decisão da Fifa de proibir a participação de investidores nos direitos econômicos de jogadores, mais um clube brasileiro está perto de ter sua administração transferida para as mãos de um grupo de empresários.

Mas não se trata de um grupo qualquer.

O time da vez é o Uberlândia Esporte Clube, de Minas Gerais. O investimento em questão é capitaneado por Neymar pai, o agente de jogadores Wagner Ribeiro e o cantor Alexandre Pires.

A negociação para que o pai do jogador e o grupo de investidores passem a gerir o Uberlândia está avançada e, se concretizada, começa a valer em janeiro de 2015.

São dois os focos do investimento, segundo Wagner Ribeiro: turbinar a equipe com jogadores mais conhecidos, mas principalmente utilizar o Uberlândia para registrar atletas agenciados por ele, pelo pai de Neymar e pelos outros investidores.

Evandro Monteiro/Valor
Neymar pai, homônimo do filho craque, no escritório de sua empresa, na cidade de Santos
Neymar pai, homônimo do filho craque, no escritório de sua empresa, na cidade de Santos

Uma vez atrelados ao Uberlândia, os atletas podem ser emprestados a times maiores.

O início das negociações precede a mudança anunciada pela Fifa, e o timing conta a favor dos empresários.

Ainda não há um detalhamento das novas medidas pela entidade que controla o futebol, mas o investimento em um clube tende a ser um modo de driblar a determinação, pois os direitos dos jogadores pertenceriam a um clube que disputa competições.

"Isso [a nova regra] só reforça o que nós queremos. Eu estaria pegando o Uberlândia com essa finalidade", argumenta Ribeiro, sobre utilizar o clube também como um time hospedeiro de jogadores.

O grupo de investidores está fechando acordos com patrocinadores para viabilizar a parceria com o Uberlândia. "Não vai ter nenhum dinheiro da prefeitura", diz Ribeiro.

Os empresários estimam ser necessário cerca de R$ 1,6 milhão para sustentar o clube no Mineiro de 2015 e dizem já ter arrecadado R$ 1,2 milhão com parceiros. A quantia deve ser utilizada para o pagamento de salários e despesas do dia a dia.

Embora um foco seja usar o time como local de registro de atletas, eles pretendem também levar jogadores que não são utilizados nos clubes grandes para que ganhem experiência em Uberlândia.

O Corinthians, inclusive, já foi consultado para fornecer atletas à equipe mineira.

A Prefeitura de Uberlândia e o presidente do clube, Guto Braga, admitiram a negociação para repassar a gestão ao grupo, mas afirmaram que o negócio não foi fechado.

Por meio de assessoria, o pai de Neymar também confirmou as conversas, mas disse não ter um acordo ainda.


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