Folha de S. Paulo


Favoritos brasileiros vão bem em Olimpíada sub-18

Os Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China, terminam na manhã de quinta-feira (28), mas para alguns atletas brasileiros eles representam o ponto de partida para objetivos maiores.

O país conquistou 15 medalhas em nove modalidades, das quais seis de ouro. Mas, não foi a quantidade de pódios que se mostrou auspiciosa –como o evento reúne participantes até 18 anos, uma comparação perante a elite mundial e o efeito nos próximos Mundiais e Jogos Olímpicos pode gerar distorção.

O que cria esperança para o futuro é que atletas bem credenciados confirmaram a expectativa em torno deles com medalhas e bons desempenhos a nível mundial.

O nadador Matheus Santana, 18, levou o ouro nos 100 m livre. O que realça seu potencial, porém, foi o tempo de 48s25, novo recorde mundial júnior e sexta melhor entre adultos neste ano.

O detalhe é que Santana é o mais novo no top 10 mundial –o australiano Cameron McEvoy, 20, está na segunda posição do ranking da prova.

Yan Yan/Xinhua
Matheus Santana comemora a conquista da medalha de ouro nos 100 m livre
Matheus Santana comemora a conquista da medalha de ouro nos 100 m livre

Com esse tempo, Santanta teria obtido a prata no Pampacífico de Gold Coast, maior torneio da temporada.

Também teria sido prata no Campeonato Europeu, que terminou no final de semana.

Além do ouro nos 100 m livre, Santana deixa Nanquim com vice-campeonatos nos 50 m livre e no revezamento 4 x 100 m livre misto. Ele é o porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento.

O atirador Marcus Vinícius d'Almeida tem apenas 16 anos, mas já integra o top 10 do ranking mundial adulto.

Favorito ao ouro, terminou com a prata no tiro com arco recurvo ao perder para Woo Seok Lee, da Coreia do Sul.

Só o fato de competir em igualdade com um representante do país asiático, potência na modalidade, é promissor, na avaliação do carioca.

Outro bom indicativo foi dado pela ginasta Flavia Saraiva, ouro no solo e prata na trave e no individual geral .

Antigo carro-chefe da modalidade no Brasil durante o auge de Daiane dos Santos, a ginástica feminina carecia de um bom resultado internacional. E Flavia nem ia disputar os Jogos da Juventude –substituiu uma colega lesionada.

No taekwondo, o campeão mundial juvenil Edival Marques comprovou o favoritismo e levou o título olímpico na categoria até 63 kg. E, no tênis, Orlando Luz, 16, obteve ouro nas duplas (com Marcelo Zormann) e prata nas simples. Ele e Zormann foram campeões juvenis em Wimbledon nesta temporada.

Há quatro anos, nos Jogos de Cingapura, o país teve sete medalhas, três de ouro.


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