Folha de S. Paulo


Em resposta às críticas de Dunga, David Luiz diz que não finge ser um bom moço

Em sua apresentação no Paris Saint-Germain, o zagueiro David Luiz afirmou que não se finge de "bom moço" nem "vende imagem" para agradar a torcida.

A resposta do jogador aconteceu após ser indagado pela Folha sobre as declarações do técnico Dunga contra jogadores que fazem marketing pessoal na seleção.

"Sempre fui assim na vida. Nunca vendi uma imagem, sempre fui eu. As pessoas optaram por gostar ou não. Não me faço de bom moço ou de bad boy para as pessoas gostarem ou não. Eu tenho minha opinião própria", respondeu o zagueiro brasileiro.

E defendeu seu estilo extracampo: "Todo mundo gosta de ser acarinhado e ter essa ligação com a torcida. Os brasileiros conseguiram enxergar o verdadeiro eu", afirmou o jogador da seleção.

No último dia 29, a Folha revelou que o discurso antimarketing pessoal adotado pela nova comissão técnica da seleção brasileira mirava no carismático zagueiro, cabeludo e sorridente.

O incômodo de Dunga ficou evidenciado em uma entrevista ao programa "Fantástico" (TV Globo) onde, perguntado sobre David Luiz, afirmou que "jogador tem que jogar por eficiência, não porque vende uma imagem."

Em seguida, David Luiz contemporizou: "Dunga simplesmente falou aquilo que é natural. Um treinador quer 11 jogadores que joguem bem e que mostrem o seu melhor dentro de campo."

Bertrand Guay/AFP
David Luiz durante o seu primeiro treino no PSG
David Luiz durante o seu primeiro treino no PSG

SEM SELFIES

Logo no início da apresentação, o presidente do PSG, o qatariano Nasser Al-Khelaifi, justificou o alto investimento na transferência do jogador para o futebol francês.

David Luiz não custou "caro" porque, segundo o cartola, se trata do "melhor zagueiro do mundo" e outros times estavam na disputa.

Al-Khelaifi entregou a David Luiz a camisa número 32 que ele vestirá nesta temporada. Ele estreia no jogo contra o Bastia na segunda rodada do Francês, no dia 16 –o campeonato começa hoje.

Com a camisa do novo clube nas mãos, o jogador –que usava terno e gravata– posou para fotos, oscilando entre sorrisos e caretas.

Do lado de fora do luxuoso hotel Peninsula, perto do Arco do Triunfo, onde foi realizada a cerimônia, uma pequena multidão se aglomerava, debaixo de chuva, para ver o novo reforço do PSG.

David Luiz, que se notabilizou por não rejeitar o contato com o público, deixou o local da apresentação por uma porta lateral, frustrando a cerca de uma centena de fãs que esperava com celulares prontos para fotografá-lo.

APRESENTAÇÃO

Zagueiro mais caro do futebol mundial, David Luiz, chegou ao Paris Saint-Germain, seu novo clube, prometendo deixar no passado a histórica goleada de 7 a 1 sofrida pelo Brasil na semifinal da Copa do Mundo contra a Alemanha, que completa um mês nesta sexta-feira (8).

Em sua apresentação, na quinta-feira (7), na capital francesa, David Luiz foi bastante questionado por suas atuações nas duas derrotas do Brasil no Mundial. Além do massacre alemão, ele também estava em campo na decisão do terceiro lugar, quando o Brasil foi derrotado pela Holanda por 3 a 0.

"Se a Copa do Mundo acabasse nas quartas de final não haveria essas questões. Esse é o futebol. É claro que a gente não ficou feliz com as derrotas e principalmente [da maneira] como foi. Mas isso é parte do passado", disse o reforço do PSG, contratado no início de junho por € 49,5 milhões (R$ 148 milhões).

O zagueiro disse que "os primeiros dias" após a eliminação brasileira foram muito difíceis e que teve tempo de fazer um balanço dos erros cometidos na Copa.

Ao falar do fiasco contra alemães e da derrota para os holandeses, David Luiz poupou a si e aos outros zagueiros da seleção brasileira.

"O nível do Thiago [Silva], do Dante, do Henrique, de quem estava no Mundial, não se discute. A gente não jogou só dois jogos até hoje em nossas carreiras. A gente jogou muito mais. No futebol, a gente sempre fala do último jogo e do que está por vir. Não vejo a hora de jogar o próximo jogo", afirmou.

Outra página que David Luiz pretende virar é a do Chelsea, onde foi campeão inglês e europeu. O técnico português José Mourinho disse recentemente que o clube londrino estará melhor sem o zagueiro brasileiro.

"Se ele dissesse que ia sentir a minha falta, ele estaria se contradizendo porque foi a favor da minha saída também. Eu escuto agora o meu treinador, não o meu ex-treinador. O que importa para mim são as palavras e os conselhos do [técnico do PSG, Lauren] Blanc", disse.


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