Folha de S. Paulo


Insatisfação com a Copa cresceu após vexame da seleção, aponta Datafolha

A insatisfação do brasileiro com a realização da Copa do Mundo no país cresceu com o fim da competição, aponta pesquisa Datafolha realizada entre os dias 15 e 16 de julho, três dias após o término do torneio.

Comparado com o número obtido no levantamento anterior, realizado entre os dias 1 e 2 de julho, no meio do Mundial, as pessoas que responderam que a Copa traz mais prejuízos do que benefícios aos brasileiros subiu oito pontos, de 46% para 54%. Já os que acham que traz mais benefícios do que prejuízos caiu nove pontos, de 45% para 36%.

Esse número pós-Mundial é idêntico ao pré-mundial. Em pesquisa realizada entre os dias 3 e 5 de junho, uma semana antes da abertura da Copa, 54% disseram que a Copa traria mais prejuízos do que benefícios aos brasileiros, e 36% mais benefícios.

"A pesquisa conseguiu medir o efeito do estado de ânimo do brasileiro durante a Copa, que fez com que tivesse uma aceitação maior durante a competição. Mas agora passado o envolvimento voltou ao patamar anterior à Copa", avaliou Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha.

O entrevistado também respondeu estar mais envergonhado de ser brasileiro após o término com relação à organização da competição, comparado com a pesquisa realizada no meio do torneio. Esta última pesquisa apontou que 54% estão mais orgulhosos, contra 37% mais envergonhados e 9% que não souberam responder. No início de julho os orgulhosos eram 60%, ante 28% com vergonha e 12% que não responderam.

Já com relação à seleção brasileira, o envergonhamento aumentou muito depois da Copa e depois da goleada sofrida pela Alemanha, 7 a 1 (a maior da história centenária do time), e de terminar a competição em quarto lugar.

Antes e no meio do Mundial, 69% e 66%, respectivamente, estavam orgulhosos do time, e 15% e 22% envergonhados (16 e 12% não responderam). Depois do torneio, 77% estão com mais vergonha, enquanto apenas 16% com mais orgulho - 7% não souberam dar resposta.

"Claro que o desempenho da seleção, a goleada histórica, baixa a empolgação do brasileiro", disse Paulino.

Foram realizadas 5.377 entrevistas, em 233 municípios brasileiros, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Editoria de Arte/Folhapress

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