Folha de S. Paulo


Brasileiro rejeita técnico estrangeiro e Tite é o favorito, diz Datafolha

A maioria dos brasileiros rejeita que um técnico estrangeiro assuma o comando da seleção, mostra pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 15 e 16 de julho. Entre os nomes apresentados, Tite é o preferido da população para a função.

A pesquisa também revelou que o ex-técnico Luiz Felipe Scolari, que deixou o cargo após terminar a Copa do Mundo em quarto lugar, terminou com uma avaliação pior do que seu antecessor, Dunga, que fracassou no Mundial de 2010, na África do Sul.

Foram realizadas 5.377 entrevistas, em 233 municípios brasileiros, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Para 68% dos entrevistados, o futuro técnico da seleção deve ser brasileiro. Apenas 23% preferem um estrangeiro e 9% não souberam responder.

Nesta quinta-feira (17), 11h no Rio, o presidente da CBF, José Maria Marin, concederá entrevista coletiva, mas não deve revelar o nome do novo treinador. Depois de inclinarem por um técnico de fora do país, o que seria inédito, os cartolas que comandam a entidade voltaram atrás e agora trabalham novamente para contratar um treinador nascido no Brasil.

Para se tornar o novo técnico, Tite, campeão mundial com o Corinthians em 2012 e que está desempregado por opção, é o preferido dos brasileiros, com 24% das menções. Os entrevistados foram apresentados a uma lista com o nome de oito treinadores para suceder Luiz Felipe Scolari no comando da seleção

Zico, que teve sua última experiência como treinador interrompida em janeiro, no Al-Gharafa, do Qatar, teve 19% dos votos, seguido por Muricy Ramalho (no São Paulo), com 14%, e Carlos Alberto Parreira e Vanderlei Luxemburgo (desempregado), cada um com 6%. Parreira estava entre os nomes antes de revelar à Folha, na tarde de terça-feira (15), que não vai mais trabalhar com futebol.

Ainda foram lembrados Mano Menezes, hoje no Corinthians e treinador demitido por Marin que deu lugar a Felipão, em dezembro de 2012, com 5%, e Cuca (no Shandong Luneng, da China) e Marcelo Oliveira (campeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013), com 2% cada. Foram 18% os que não souberam responder e 5% que disseram nenhum desses.

QUEDA DE FELIPÃO

Entre junho, antes de começar a Copa do Mundo, e meados de julho, depois da seleção ser goleada por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa, na maior derrota da história centenária, e depois perder para a Holanda a disputa do terceiro lugar, a aprovação de Felipão no comando da seleção despencou 48 pontos.

O gaúcho deixou o time com aprovação de 20% dos entrevistados, contra 68% de junho. Aqueles que classificaram como ruim e péssimo chegou a 49%, contra 2% de antes do início da Copa do Mundo.

Nem Dunga, muito criticado após sua saída em julho de 2010, depois de o Brasil cair nas quartas de final do Mundial, teve avaliação tão ruim. Na ocasião, o também gaúcho obteve 29% de aprovação e 36% de ruim ou péssimo.

Para 73% dos entrevistados, a derrota para a Alemanha foi justa, contra 23% que classificaram como injusta e 4% que não souberam responder.

E jogadores e comissão técnica têm mais culpa do que os dirigentes da CBF pela maior derrota da história.

Quando perguntados o tamanho de responsabilidade, 82% responderam que jogadores e comissão técnica tiveram muita responsabilidade no resultado, contra 14%, para os jogadores, e 12%, para a comissão técnica, que responderam nenhuma responsabilidade.

Já os cartolas tiveram muita responsabilidade para 72% e nenhuma para 18%.

Editoria de Arte/Folhapress

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