Folha de S. Paulo


Ministério Público pede suspensão das obras de campo de golfe da Olimpíada

O Ministério Público do Rio recomendou nesta sexta-feira (30) a suspensão da construção do campo de golfe para a Olimpíada de 2016. A promotoria avalia que houve falhas no licenciamento ambiental da obra.

Os promotores José Alexandre Mota, Sandro Machado e Marcus Leal, que assinam a recomendação, afirmam que há irregularidades ambientais no projeto. Eles impõem o prazo de dez dias para que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Fiori Empreendimentos se posicionem sobre a recomendação -medida extrajudicial que antecede a proposição de uma ação civil pública.

Relatório do Grupo de Apoio Técnico do MP aponta que houve perda de habitat da fauna e supressão de vegetação nativa remanescente durante as obras. O documento aponta ainda a falta de estudo de impacto ambiental no empreendimento.

O andamento das obras do campo de golfe é uma das preocupações de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), em razão das indefinições na construção do equipamento.

A construção do campo de golfe na Barra (zona oeste) é alvo de críticas de ambientalistas há quase dois anos. Trecho de 58 mil metros quadrados da área na qual ele é construído foi retirado de um parque natural da região.

A Prefeitura do Rio afirma que a área já estava degradada e que o projeto inclui o replantio de mata nativa. Os R$ 60 milhões estimados de gasto com o equipamento será custeado pela Fiori Empreendimentos. Em troca, ela obteve benefícios urbanísticos para erguer torres de 22 andares.

O embate sobre o licenciamento do campo de golfe fez com que três funcionários da Secretaria do Meio Ambiente saíssem de seus cargos na pasta, todos ligados à Coordenadoria de Conservação e Proteção Ambiental.

A secretaria afirmou que não se posicionaria porque ainda não foi notificada da recomendação.


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