Folha de S. Paulo


Barrichello diz ter sentido 'medo de ter medo' após morte de Senna

Rubens Barrichello, piloto brasileiro recordista de GPs na F-1, afirmou ter sentido "medo de ter medo" após a morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 1994.

O piloto, que atualmente disputa a Stock Car, lembrou os 20 anos da morte de Senna em vídeo divulgado na última terça-feira.

"Cinco dias depois [do acidente] eu estava de volta no carro com uma dúvida. Com medo de ter medo. Estava com medo de sentar no carro e sentir uma coisa diferente", afirmou, contando, logo em seguida, que rapidamente superou esse temor.

Para Barrichello, no entanto, o momento mais difícil foi a volta ao Brasil, em 1995.

"Foi muito difícil conviver com a falta do Ayrton no momento em que eu ainda não tinha um carro competitivo, com o qual eu poderia lutar por vitórias", disse. Na época, Barrichello estava na equipe Jordan.

Mesmo com esse sentimento, o ex-piloto da Ferrari afirmou que sua intenção não era substituir Ayrton Senna, mas sim dar um pouco de alegria para o povo brasileiro.

LEGADO

Barrichello ainda destacou os legados que Ayrton Senna deixou para o Brasil e para a F-1, citando o Instituto Ayrton Senna, dirigido por Viviane Senna, irmã do piloto, e a refundação da GPDA, associação dos pilotos de F-1.

"Naquele fim de semana [da morte de Senna], ele tinha voltado a criar uma associação de pilotos, porque achava que o carro precisava ser mais seguro. E eu me sinto muito lisonjeado de ter sido presidente dessa associação", disse Barrichello, que comandou a GPDA entre 2010 e 2012.


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