O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), criticou na noite desta quinta-feira uma das estratégias do governo do Estado para despoluir a baía da Guanabara e deixá-la adequada para a Olimpíada de 2016 e seus eventos-teste.
Paes afirmou considerar as UTRs (Unidades de Tratamento de Rios) "uma enganação". A estrutura, que custa cerca de R$ 40 milhões cada, trata as águas poluídas dos rios antes que as águas desemboquem na baía.
"Eu sou contra as UTRs. É uma enganação botar um filtro na boca de um rio antes de chegar na lagoa, e usar o rio como se fosse uma rede de esgoto", disse Paes, durante entrevista com jornalistas transmitida pela internet sobre Olimpíada.
O governo do Estado planeja instalar sete UTRs até 2016, ao custo de R$ 380 milhões, como uma das estratégias para despoluir a baía. O Rio se comprometeu a ampliar o saneamento do entorno da região dos atuais 40% a 80%. Além das UTRs, o Estado está investindo na ampliação e construção de novas UTEs (Unidades de Tratamento de Esgoto) nas cidades no entorno da baía.
Paes disse ainda que a Marina da Glória será adequada a tempo para o evento teste de vela marcado para ocorrer em agosto. Segundo ele, serão erguidas garagens provisórias para atender ao aumento no número de barcos. Ele afirmou que o novo contrato de concessão será assinado em breve.
O prefeito afirmou não se incomodar com a presença do diretor do COI (Comitê Olímpico Internacional), Gilbert Felli, para acompanhar mais de perto as obras para a Olimpíada. Ele chegou nesta quarta-feira (23) ao Rio e deve ficar até a semana que vem.
"Não consigo fazer bravata nacionalista num negócio em que as pessoas estão acompanhando um compromisso que fomos pedir para trazer para a nossa cidade", afirmou.