Folha de S. Paulo


Advogado da Lusa diz que queixa pode fazer presidente do clube ser preso

Daniel Neves, um dos advogados da Portuguesa, acredita que o clube não deveria ter entrado em campo em Santa Catarina. A partida contra o Joinville, válida pela primeira rodada da Série B, foi interrompida aos 16 minutos do 1º tempo por liminar concedida a um torcedor que recoloca o time paulista na divisão de elite.

"A Portuguesa capitulou. Não deveria ter jogado e descumprido uma decisão judicial. Ela tem culpa, mas não tanto quanto a CBF, que se mostrou totalmente insensível, se achando acima da Justiça brasileira", reclamou.

O torcedor Renato Azevedo obteve liminar na 3ª Vara Cível de São Paulo que determina a devolução dos quatro pontos tirados da Portuguesa pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva no final do ano passado. Isso fez com que a equipe caísse para a Série B.

Segundo Neves, o descumprimento pode fazer com que Ilídio Lico, presidente da Lusa, tenha a prisão decretada. O cartola não estava com a delegação e viajou para o Guarujá (litoral de São Paulo) com a família.

"Até onde eu sei, o torcedor que conseguiu a ação, ao ver que o time entraria em campo, descumprindo decisão judicial, foi à delegacia e fez uma queixa-crime. Isso é prisão para quem descumpriu. Imagine o presidente do clube, um senhor de idade, em uma situação dessas. Não deveria ter entrado em campo", completa Neves, lembrando que o mesmo vale para José Maria Marin, presidente da CBF que também descumpriu a determinação da Justiça.

No Twitter, Azevedo negou que tenha feito a queixa.

Até o momento, a CBF não conseguiu cassar a liminar. O delegado da entidade no estádio do Joinville tentou fazer a partida ser retomada, sob o argumento de que Marin não foi citado quanto à ação. Segundo Azevedo, isso aconteceu no último dia 10.

Na última quinta-feira, a Portuguesa enviou ofício à Confederação pedindo o adiamento da partida. Lembrava a incerteza jurídica a respeito do caso.

"Que diferença faria para a CBF adiar o jogo por duas semanas? Quando ela conseguisse cassar a liminar, remarcaria. Mas ela agiu de maneira prepotente e manteve o jogo. Nem respondeu ao nosso ofício", observa o advogado.

Ele avisa que se a entidade decidir dar vitória ao Joinville por WO, a situação vai ficar pior ainda, porque abre margem também a processos por perdas e danos. Pelas regras, isso significaria um placar final de 3 a 0. para o time catarinense.

Carlos Junior/Folhapress
Técnico da Portuguesa, Argel Fucks, é avisado que a partida vai ser paralisada
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