Folha de S. Paulo


Custo da Olimpíada do Rio já está próximo ao de Londres-2012

O custo estimado da Olimpíada de 2016, a ser realizada no Rio, alcançou R$ 36,7 bilhões, mas deve subir ainda mais até a data do evento.

O valor já está próximo dos custos dos Jogos de Londres. Na Olimpíada de 2012, o custo total foi de R$ 40,8 bilhões.

Governos divulgaram ontem gastos de R$ 24,1 bilhões em obras consideradas legado dos Jogos do Rio, como investimentos em mobilidade urbana. Antes já havia sido divulgado orçamento parcial com construção de arenas e a operação das competições.

A soma dos balanços parciais indica que 58% do total dos Jogos será custeado com recursos privados.

A participação de verbas públicas, contudo, ainda subirá, já que ainda existem licitações a serem lançadas, como a do Parque Olímpico de Deodoro.

O orçamento estimado dos Jogos em 2009, quando o Rio venceu a disputa para sediar as competições, era de R$ 28,9 bilhões (ou R$ 38,1 bi em valores atualizados), com 15% de recursos privados.

O compromisso de legado se reduziu em comparação a 2009, quando a cidade pleiteava sediar o evento.

À época, havia previsão de investimentos em aeroportos, segurança pública e saúde. Não há nada sobre esses setores no Plano de Políticas Públicas, como foi nomeado o documento lançado.

"O plano de legado deve ser instrumento de cobrança das autoridades", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Fazem parte do plano obras de mobilidade urbana, meio ambiente e desenvolvimento social, entre outros.

Apesar de não constar do documento que define os compromissos, Paes, o ministro Aldo Rebelo (Esportes) e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmaram que obras para esses setores também serão concluídas até os Jogos.

"Temos que dividir o legado entre aqueles que são exclusivos dos grandes eventos e os que são antecipação de obras já planejadas, que seriam executadas com ou sem Jogos Olímpicos, com ou sem Copa", disse o ministro. "As obras aeroportuárias não foram planejadas para os grandes eventos, mas para atender a necessidade da expansão da demanda nacional."

"O dossiê [de candidatura] era uma coisa. O que trazemos hoje é a realidade", disse Eduardo Paes.

De acordo com o general Fernando Azevedo e Silva, gastos com segurança pública ainda serão incluídos no plano. Não foram divulgados porque ainda não tem "maturidade suficiente".

Paes celebrou o fato de mais da metade do valor dos projetos divulgados ser financiado com recursos privados.

"Londres [sede de 2012] fez todas as arenas com dinheiro público. Nós não", disse. Para viabilizar a entrada de recursos privados, a prefeitura concedeu benefícios a empreiteiras.


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