Mais de duas mil pessoas estiveram ontem no estádio Novelli Jr., em Itu, para acompanhar a final do Campeonato Paulista, transmitida em um telão montado sobre o gramado.
Antes da partida, a exemplo do dia do primeiro jogo de decisão do Estadual, no domingo anterior, o clima na cidade estava tranquilo.
Mas, depois do primeiro pontapé, torcedores foram tomando as dependências do estádio e, em pouco tempo, a parte coberta das arquibancadas estava lotada.
"Tô aqui pra ver o trabalho do Juninho [Paulista] se concretizar", disse o torcedor Benedito Engler, 57, que preferiu, em vez de se sentar, ficar em pé, à beira do alambrado. "Aqui é melhor, não que eu esteja nervoso, mas quero ver sozinho", disse ele.
Durante toda a partida, enquanto mais gente chegava, o público interagiu como se estivesse no Pacaembu, reagindo a cada jogada de perigo de um lado ou de outro.
A torcida só se calou no fim do primeiro tempo, quando o juiz marcou pênalti para o Santos. Após o meia Cícero converter a cobrança e abrir o placar, no entanto, a arquibancada gritou: "É Ituano".
"Tem que ganhar pra coroar a boa campanha e alavancar o interior", torcia Marcelo Silva, 39, enquanto o povo gritava: "Eu acredito".
Quando o juiz terminou o tempo normal e levou a final para os pênaltis, os lugares destinados à torcida já eram insuficientes e alguns se amontoavam também do lado de fora, onde a festa já começava a se configurar.
O primeiro grito de gol saiu duas horas depois do apito inicial, quando o Ituano marcou o primeiro do time na disputa de pênaltis. E, se quando Anderson Salles errou sua cobrança o silêncio tomou conta do lugar, o chute de Rildo na trave incendiou novamente o estádio.
A explosão de alegria veio quando o goleiro Vágner pegou a última cobrança, levando o título para o interior. Na euforia, alguns torcedores chegaram a invadir o gramado do estádio, mas não houve nenhuma confusão, e a festa seguiu normalmente.
"É bão demais ser campeão! É bão demais!", gritava no microfone Alexandre Marcus, da comunicação do Ituano, agitando a galera.
Daí em diante, a maioria da torcida permaneceu no lugar, à espera do time, que voltava de São Paulo. No telão, a organização do evento passou a repetir os vídeos motivacionais que foram mostrados aos jogadores antes das finais do campeonato.
"Ninguém acreditava na gente, mas somos campeões. Agora é esperar o pessoal para festejar", afirmou Marcus.
Uma hora depois do jogo, uma multidão já tomava a praça em frente ao estádio.
Com o porta-mala aberto, carros tocavam sertanejo ou funk em volume altíssimo. Foi a balada do bicampeonato paulista em Itu.