Folha de S. Paulo


Após apoiar o Fla em 1987, Aidar quer Taça das Bolinhas com o São Paulo

O advogado Carlos Miguel Aidar, 67, candidato à presidência do São Paulo, deve manter a briga pela posse da Taça das Bolinhas, destinada à primeira equipe que conquistasse o Brasileiro pela quinta vez.

O cartola disse à Folha que, se for eleito no próximo dia 16, irá acompanhar a decisão do conselho deliberativo do clube –que quer o troféu.

A confirmação de que com Aidar o São Paulo deve se manter na briga pela taça tem peso histórico. Ele era o presidente do Clube dos 13 em 1987, entidade formada pelos principais clubes do Brasil e que organizou a Copa União em 1987.

Desde 2007 o São Paulo briga pela posse da taça com o Flamengo. Naquele ano, o clube tricolor venceu a quinta edição da competição nacional e por isso diz ter direito ao troféu. Mas o time carioca alega ser o verdadeiro detentor do troféu desde 1992, pois inclui na relação de conquistas a Copa União de 1987.

A disputa pela taça voltou a ser discutida agora porque na última terça-feira a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por quatro votos a um, que o Sport é o único campeão do Brasileiro de 1987 e o título não pode ser dividido com o Flamengo.

Estefan Radovicz-24.fev.2011/Folhapress
A Taça das Bolinhas, pleiteada por Fla e São Paulo
A chamada Taça das Bolinhas, que é pleiteada por flamenguistas e são-paulinos

"Sim, eu era presidente do Clube dos 13, eu entreguei a taça ao Flamengo. Reconheço eles como campeões daquele ano. No entanto, se eu for presidente do São Paulo, o que irá prevalecer é a opinião do clube. Levarei o assunto ao conselho deliberativo e vou defender o que os conselheiros decidirem", disse Aidar à Folha.

Ele concorre à presidência do São Paulo com o advogado Kalil Rocha Abdalla, 72, da chapa da oposição.

Aidar é favorito ao pleito do dia 16 porque a chapa da situação elegeu 62% dos conselheiros contra 32% do rival.

HISTÓRICO

A Caixa Econômica Federal foi responsável pela criação da Taça das Bolinhas para ser entregue ao clube que fosse campeão brasileiro cinco vezes ou três vezes consecutiva.

A polêmica surgiu no final de 2007. Com o quinto título do Brasileiro conquistado, o São Paulo passou a brigar pela posse da taça enquanto o Flamengo afirmava ser merecedor pelas conquistas de 1980, 1982, 1983, 1987 e 1992, embora o de 1987 não fosse reconhecido pela CBF.

Naquele ano, o Nacional foi organizado pelo Clube dos 13 e substituiu o Brasileiro, ganhando o nome de Copa União. Com o campeonato em curso, a CBF determinou que os vencedores dos módulos verde (Flamengo e Internacional) e amarelo (Sport e Guarani) deveriam se enfrentar.

O Sport foi declarado campeão e o Guarani vice porque os integrantes do módulo verde se recusaram a jogar contra os integrantes do módulo amarelo.

Uma sentença de 1994 estabeleceu o Sport como campeão de 87. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), entretanto, reconheceu, em 2011, o Flamengo também como campeão daquele ano, mas acabou desautorizada pela Justiça.

O clube do Rio de Janeiro recorreu ao STJ, mas foi derrotado nesta terça. Ainda pode apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância do Poder Judiciário no país.


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