Folha de S. Paulo


Gobbi diz que impunidade à violência no futebol é falência do Brasil

Para o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, a impunidade a atos de violência no futebol é a "falência da República Federativa do Brasil".

O cartola utilizou essa expressão durante entrevista coletiva no centro de treinamento Joaquim Grava, no Parque Ecológico do Tietê, ao falar sobre a invasão de torcedores do Corinthians ao local, no último sábado.

Gobbi disse que os clubes não podem ser cobrados pelos atos dos torcedores, condenou as punições que são aplicadas aos times quando algum torcedor pratica vandalismo dentro dos estádios e cobrou mais rigor das autoridades sobre as torcidas organizadas.

"Tem leis que regulam e fiscalizam elas. Não é o Corinthians quem deve fiscalizar. Vocês [jornalistas] precisam cobrar de quem tem o poder para isso. Os clubes de futebol são entes de esportes. Como presidente do Corinthians, tenho de montar um grande time, ter um grande elenco, fazer o time dar show, dar espetáculo", disse.

"Agora cuidar para ver se o torcedor vai jogar uma pilha no campo ou se vai brigar não é função de uma entidade esportiva. Não adianta jogar em cima dos clubes. Se for assim, vou ter de abrir um concurso público e criar uma polícia do Corinthians. Claro que o Corinthians é um ente privado com reflexos no públicos, mas estão cometendo uma violência ao punir os clubes por conduta de torcedor", acrescentou.

"Se o clube pudesse escolher quem deve torcer e controlar a conduta de cada um na praça de esportes seria justo atribuir a responsabilidade ao Corinthians. [A impunidade] é falência da República Federativa do Brasil. Isso não é função do Corinthians. Se fosse, eu montaria uma guarda própria", finalizou.

Ano passado, o Corinthians teve de jogar a 100 km de São Paulo por mau comportamento de seus torcedores em seis ocasiões, além de receber multa. Neste ano, a primeira partida em casa foi realizada em Americana e não no Pacaembu por causa do uso de sinalizadores da torcida na decisão do Estadual do ano passado.


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