Folha de S. Paulo


Para Coutinho, Neymar cuspiu no prato em que comeu

Coutinho, 70, bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pelos Santos nos anos 60, não gostou de saber que Neymar defendeu o clube alvinegro por um ano e seis meses já tendo recebido dinheiro do Barcelona.

Em entrevista à Folha, por telefone, o ex-jogador considerou mais do que uma falta ética do atacante.

"Foi mais uma decepção nessa história, principalmente porque o Santos hoje está afundado em dividas e eles [Neymar e Neymar pai] estão numa boa", declarou.

"Foi a mesma coisa que cuspir no prato em que comeu. Foi o Santos que o fez, era o Santos quem merecia consideração, e não o lado de lá [Barcelona]", completou.

Para Coutinho, terceiro maior artilheiro da história do Santos, com 370 gols, trata-se de uma situação inaceitável. Tanto que ele não admitiu cogitar algo parecido no período em que jogava.

E, diferentemente de outros entrevistados que pouparam o jogador e condenaram a atitude do pai de Neymar, Coutinho não poupou ninguém.

"Ele é um menino, não dá para esperar muita coisa. O pai dele tem culpa, mas o Neymar não deixa de ter sua parcela também porque ele fala amém para tudo".

Sobre a final do Mundial de Clubes, que o Santos foi goleado por 4 a 0 para o Barcelona, Coutinho foi mais duro. "Você é que está falando que ele [Neymar] jogou [contra o Barcelona]. Se ele estava em campo, não deu para perceber", finalizou.

IMAGEM

Outro ídolo do Santos que condenou a atitude de Neymar foi João Paulo, ex-ponta esquerda campeão paulista em 1978. Além de ver conflito de interesses, disse temer que o episódio arranhe a imagem construída por Neymar.

"Esse contrato ainda é uma situação nebulosa. Não achei legal e a torcida não deve ter aprovado também. Muitos estão decepcionados. É natural. Neymar é um grande garoto, com muito talento, mas essa situação pode deixar uma impressão negativa dele", disse João Paulo.


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