O velejador Jorge Zarif, 21, campeão mundial da classe Finn em agosto, é o único dos seis melhores atletas do ano que não recebe repasse federal nem tem patrocínio.
Ao lado do nadador Cesar Cielo e do ginasta Arthur Zanetti, ele concorre a melhor atleta masculino de 2013 no Prêmio Brasil Olímpico, promovido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), terça-feira à noite, em São Paulo.
As mulheres finalistas são a judoca Rafaela Silva, a nadadora Poliana Okimoto e a pentatleta Yane Marques.
Zarif é um dos 5.691 atletas que não recebem há três meses recursos do Bolsa Atleta.
O pagamento do benefício a competidores do alto rendimento, criado em 2005 pelo Ministério do Esporte, está interrompido, segundo o governo, devido à renegociação do contrato com a Caixa. E não há data para ser retomado.
International Finn Association-31.ago.2013/Divulgação | ||
O velejador brasileiro Jorge Zarif, campeão mundial |
Zarif também não foi contemplado na primeira lista do programa Bolsa Pódio, novo incentivo do governo federal.
Nove atletas da vela estão no projeto, que dá de R$ 5.000 a R$ 15 mil a brasileiros com chances de medalhas em 2016. À exceção dele, todos os finalistas do prêmio do COB vão ganhar o teto do Bolsa Pódio. Ao todo, serão 160 atletas agraciados.
Entre os pré-requisitos estão ser um dos 20 primeiros do ranking mundial na categoria e mostrar evolução que comprove capacidade de ir ao pódio na Olimpíada carioca.
Quando a lista foi fechada, Zarif era o 36º na classe Finn.
Segundo Ricardo Leyser, secretário nacional de alto rendimento do ministério, o atleta passará a receber o recurso em janeiro, após atualização da lista.
Zarif declarou à Folha que tem recebido apoio do COB, mas pelo fato de treinar em São Paulo com Bruno Prada, duas vezes medalhista olímpico e também competidor na Finn.
"Dividimos o técnico [o espanhol Rafael Trujillo], que é uma referência na classe."