Folha de S. Paulo


Torcedores presos após briga em Joinville responderão por tentativa de homicídio

Os três torcedores vascaínos presos após briga generalizada na Arena Joinville, durante partida entre Atlético-PR e Vasco, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, serão encaminhados para o presídio da cidade e responderão pelos crimes de tentativa de homicídio, associação criminosa, destruição de patrimônio e incitar a violência. Um deles também responderá por furto.

"Não vai parar por aí. Vamos continuar com as investigações. Já solicitamos novas imagens para identificar outras pessoas. Foi claramente uma briga entre torcidas. Estavam ali para honrar a camisa de suas torcidas organizadas. Vamos analisar todas as filmagens e prosseguir com as investigações", disse o delegado Dirceu Silveira, um dos responsáveis pelo caso.

Além dos vascaínos, mais três atleticanos também foram presos, mas não tiveram os nomes divulgados.

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BRIGA

Uma grande briga na arquibancada interrompeu a partida entre Atlético-PR e Vasco por cerca de uma hora e 15 minutos, na Arena Joinville, em Joinville (SC).

Quatro pessoas machucadas foram levadas ao hospital municipal São José, em Joinville. De acordo com a direção do hospital, os pacientes --Estevão Viana, 24, William Batista, 19, Gabriel Ferreira Bitael, 20, e Diogo Cordeiro da Costa, 29-- estão conscientes e não correm risco de morte. Diogo já recebeu alta.

A partida estava no 17º minuto do primeiro tempo quando torcedores entraram em conflito, sem a presença de policiais para separá-los.

Os jogadores até tentaram em campo pedir para que os torcedores parassem de brigar, mas não adiantou.

Depois de chegar ao local, a polícia teve muito trabalho para conter a violência.

As agressões foram forte e alguns torcedores, que caíram, tiveram suas cabeças chutadas por rivais.

Um helicóptero entrou em campo para atender os machucados.

O Atlético-PR vencia a partida por 1 a 0 no momento que começou a confusão.

O esquema de segurança adotado no jogo, no qual seguranças privados tomavam conta das torcidas, estava de acordo com o padrão adotado na Arena Joinville, disse à Folha o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar de Joinville, Adílson Moreira.

Ainda segundo o oficial, esse esquema já havia sido aprovado pelo Ministério Público de Santa Catarina e implementado no jogo Atlético-PR e Náutico, no dia 24 de novembro, pela 36ª rodada do Brasileiro e a segurança.

O comandante diz que os torcedores foram ao estádio dispostos a brigar e que pouco poderia ser feito contra isso. "Estava tudo dentro da normalidade, mas isso já ocorreu em diferentes estádios. Se houvesse o policiamento, ocorreria da mesma forma", afirmou.

Geraldo Bubniak/Fotoarena/Folhapress
Torcedores atleticanos e vascaínos brigam na Arena Joinville
Torcedores atleticanos e vascaínos brigam na Arena Joinville

De acordo com o policial, o clube paranaense era o responsável por contratar seguranças.

Na partida deste domingo, 90 homens de duas empresas privadas de segurança estavam no estádio --Cerberus, de Curitiba, e Mazari, de Joinville.

"Antes da briga, havia dez policiais no interior do estádio, responsáveis por cuidar da segurança dos árbitros", afirmou o comandante.

Outros 20 PMs acompanharam as delegações de Atlético e Vasco até a Arena Joinville, e cerca de 50 estavam no entorno do estádio.

O policiamento foi reforçado para o reinício do jogo. O comandante diz que a segurança foi reforçada e tinham 160 policiais no interior do estádio e mais 80 do lado de fora.

Com a confusão, a polícia levou seis pessoas para a delegacia.

O Atlético-PR declarou que não vai se pronunciar neste domingo sobre a questão de segurança no estádio.

O técnico do Vasco, Adilson Batista, falou sobre a briga entre os torcedores.

"Lamentável ver imagens assim em um momento que se fala de Copa do Mundo no país", disse Adilson.

O treinador atleticano, Vagner Mancini, também comentou o incidente.

"A vontade é de sair do estádio e ir embora para casa. Nunca vi cenas assim", disse Mancini.

Mesmo depois de tanta confusão, a partida recomeçou.

Colaborou EDUARDO SODRÉ e LEANDRO AGUIAR


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