O Ministério do Esporte atribuiu o atraso na definição final do orçamento da Olimpíada à revisão do orçamento do comitê organizador dos Jogos de 2016. De acordo com o secretário-executivo da pasta, Luiz Fernandes, até a folha salarial da entidade está sob análise.
O prazo estabelecido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para a definição da matriz de responsabilidades dos Jogos -documento que define os custos e a atribuição de cada governo na preparação para o evento- expirou no início de novembro. De acordo com o novo presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), general Fernando Azevedo e Silva, o ministério pediu uma extensão do prazo para entregar o seu orçamento.
Fernandes disse que parte do atraso se deve à tentativa de zerar o déficit do comitê organizador, que seria coberto com recursos públicos da União, Estado e município do Rio. A previsão, no dossiê de candidatura, era de cerca de R$ 1,5 bilhão de repasse.
"Nosso objetivo é zerar esse déficit operacional. Estamos fazendo um rígido controle para reduzir os gastos desnecessários ou excessivos", disse Fernandes.
De acordo com o número dois do Ministério dos Esportes, a mira dos entes públicos está nos grandes gastos do comitê organizador. "O salário é um item grande da Rio-2016", disse Fernandes.
O diretor-executivo de operações do comitê, Leonardo Gryner, disse que a entidade estuda atrasar ou mesmo desistir da contratação de alguns novos funcionários. A Rio-2016 tem atualmente 600 funcionários e a expectativa inicial era chegar a 7 mil durante a Olimpíada.
"Podemos adequar esses gastos diminuindo o período de algumas contratações. Mas não há nenhum item [do orçamento] que sozinho pode zerar esse déficit. Temos que analisar outros quesitos em que podemos reduzir", disse ele.
O ministro Aldo Rebelo afirmou também que a pasta ainda analisa os convênios firmados para custear obras para a Olimpíada a serem executadas pelo município.
A previsão do total de gastos para a Olimpíada divulgada em 2009, à época da candidatura, era cerca de R$ 28 bilhões.