Folha de S. Paulo


Com Muricy, Ganso vira o maestro do São Paulo

Um ano depois de chegar ao São Paulo, o meia Paulo Henrique Ganso finalmente se transformou no maestro que o clube tanto esperava.

O camisa 8 é o principal nome da recuperação do time, que conquistou 19 dos seus 37 pontos no Campeonato Brasileiro depois da contratação do técnico Muricy Ramalho, dez rodadas atrás.

O jogador, desfalque no empate com o Corinthians, no domingo, foi o destaque tanto na surpreendente vitória por 2 a 0 sobre o líder Cruzeiro, na quarta-feira (9) retrasada, quanto no triunfo contra o Náutico, por 3 a 0, nesta quarta (16), no estádio do Morumbi.

Ganso foi o dono do meio-campo nas duas partidas. A efetivação do meia como maestro do São Paulo coincide com a chegada de Muricy. Desde a mudança de treinador, o número de passes dados pelo ex-jogador do Santos cresceu quase 20%.

Ganso distribuiu em média 38 bolas para os companheiros nas nove partidas da Série A sob comando do novo treinador, contra 31 nos outros 14 jogos. O acerto permanece semelhante, na casa de 35%.

"Nosso passe era horrível", afirmou Muricy depois da partida contra o Cruzeiro. Depois, elogiou a forma como o pupilo está conduzindo a equipe.

"O Ganso tem isso, e tem que ter mais jogadores assim. O lado individual do jogador é fundamental. Você não pode só escolher o cara porque ele joga bem e corre, tem que ser inteligente também".

Contratação mais cara da história do São Paulo (R$ 24 milhões), o meia era alvo de críticas da torcida até pouco tempo atrás. Sua melhor fase no clube coincide com o reencontro com o treinador que o dirigia no seu maior feito como atleta profissional.

Foi com Muricy no banco que Ganso ajudou o Santos a conquistar a Libertadores de 2011. Assim que chegou ao Morumbi, o técnico encheu o jogador de elogios e disse que não era possível que ele havia esquecido como jogar.

O treinador também adotou ações práticas para fazer o meia crescer. Colocou Maicon no time para melhorar o passe e fazer a bola chegar mais limpa ao armador. E, nos últimos jogos, barrou Jadson, centralizando no camisa 8 toda armação do time.

Ganso respondeu com passes e, finalmente, com gol. Ele mais do que triplicou o número de finalizações (1,1 por jogo, contra 0,3) e, contra o Náutico, voltou a balançar as redes, o que não acontecia desde a Copa Suruga, no Japão, no início de agosto.

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