Folha de S. Paulo


Campeão mundial em 1958, ex-lateral De Sordi morre no Paraná

O ex-lateral da seleção brasileira e do São Paulo Nilton De Sordi morreu aos 82 anos neste sábado, em Bandeirantes, no Paraná, em decorrência de falência múltipla de órgãos.

De Sordi sofria de Mal de Parkinson e seu quadro piorou havia cerca de 40 dias, quando ele caiu em sua casa com seu andador e bateu a cabeça. Ele ficou internado por 15 dias, até ser liberado.

Desde então, o estado de saúde do ex-jogador piorou, segundo familiares. Ele parou de vez de andar, falar e passou a precisar de ajuda para se alimentar.

A saúde de De Sordi voltou a se agravar na última segunda-feira, quando ele voltou a ser internado, com suspeita de pneumonia. Ainda segundo a família, o ex-lateral teve complicações em outros órgãos até morrer às 16h30 deste sábado. Ele será enterrado na tarde deste domingo, em Bandeirantes.

1958/Folhapress
De Sordi (esq.) ao lado de Mauro Ramos de Oliveira, com a camisa da seleção brasileira
De Sordi (esq.) ao lado de Mauro Ramos de Oliveira, com a camisa da seleção brasileira

De Sordi foi campeão mundial em 1958 com a seleção brasileira. Embora tenha participado de toda a campanha do mundial sueco, ele ficou fora da final por causa de uma lesão. Djalma Santos, morto no final de julho, foi seu substituto.

Nascido em 1931, De Sordi iniciou a carreira no XV de Piracicaba. Em 1952, ele foi para o São Paulo, onde conquistou as edições de 1953 e 1957 do Campeonato Paulista.

Lateral direito de origem, De Sordi se fixou na zaga central da equipe após a saída do zagueiro Mauro Ramos de Oliveira, para o Santos, em 1960.

"Ele foi um dos laterais mais difíceis que eu enfrentei. Ele e o Djalma Santos. Eu preferia jogar contra o Djalma, que era mais leve e deixava jogar. Já o De Sordi chegava junto. Ele tinha o apelido de 'Tourito' de tão forte que era", disse Pepe, ex-jogador do Santos e que também esteve no Mundial da Suécia.

"Eu não gostava de jogar contra ele não [risos]. Ele era um jogador difícil da gente enganar, não tinha como", relembra Zito, que também esteve na Copa de 1958 e foi companheiro de Pepe no Santos.

O "Canhão da Vila", como ficou conhecido Pepe, lembra que De Sordi era educado, porém, de pouca conversa. E mantinha a rivalidade acima de tudo, até mesmo da amizade entre eles.

"Mesmo depois de termos sido companheiros na Copa de 1958, a gente se cumprimentava apenas antes e depois do jogo. Durante a partida, ele entrava para rachar [risos]. Mas não era desleal."

De Sordi disputou 543 jogos com a camisa do time tricolor e ficou até 1965. Ele encerrou a carreira no União Bandeirante-PR no ano seguinte. O São Paulo emitiu uma nota lamentando a morte do ex-atleta.

"O São Paulo se solidariza com amigos e familiares, pesaroso pela perda de um grande ídolo."

Lula Marques - 26.jun.08/Folhapress
De Sordi recebe medalha do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante homenagem aos campeões mundiais de 1958
De Sordi recebe medalha do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante homenagem aos campeões de 1958

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