Folha de S. Paulo


Brasileiros de time ucraniano reclamam de punição da Uefa

A exclusão da Champions imposta pela Uefa ao Metalist foi um duro golpe no clube ucraniano, que conta com cinco jogadores brasileiros no seu elenco.

A equipe, que chegou ao vice-campeonato ucraniano de forma inédita, tinha chances de jogar a Champions na fase de grupos pela primeira vez na história.

Para isto, bastava vencer o Schalke 04, da Alemanha, na última fase preliminar da competição. Em seu lugar, agora, entra o grego Paok, que foi derrotado pelo Metalist na etapa anterior.

Com uma estratégia semelhante ao seu rival Shakhtar Donetsk --que conta com 11 brasileiros no elenco--, defendem o Metalist os meias Cleiton Xavier (ex-Palmeiras), Diego Souza (ex-Cruzeiro), o meia-atacante Marlos (ex-São Paulo), o lateral esquerdo Marcio Azevedo (ex-Botafogo) e o zagueiro Rodrigo Moledo (ex-Inter-RS).

Gleb Garanich/Reuters
Cleiton Xavier comemora gol do Metalist
Cleiton Xavier comemora gol do Metalist

O preparador físico Michel Huff dos Santos, 37, está no Metalist desde 2011 e lamentou que a decisão tenha sido tomada agora em um caso com mais de cinco anos.

"A gente sabia que o clube poderia ser punido. Era outra diretoria e não tem nada a ver com nosso trabalho. Mas a Uefa é muito rígida e eles não iriam deixar passar isso. Pena ter sido definido agora, em nosso melhor momento".

O meio-campista Cleiton Xavier, 30, também reclamou da decisão da entidade.

"A gente fica triste porque trabalhamos duro e fizemos uma campanha histórica na temporada passada. E a pena imposta é por supostos problemas do passado, quando a maioria dos jogadores nem estava no time", disse o ex-palmeirense, que procurou manter esperança em que a punição possa ser revertida.

"A decisão da Uefa não é definitiva, o clube ainda pode recorrer e tenho certeza de que vamos conseguir fazer valer nosso direito conquistado dentro de campo".

Apesar da exclusão da Champions, a direção do Metalist deverá manter o projeto e os investimentos para continuar crescendo no cenário local e europeu.

A esperança do clube, caso a decisão não seja revertida, é focar na liga local, enquanto os rivais estarão envolvidos em torneios europeus --o Shakhtar irá disputar a Champions e o Dínamo de Kiev e o Dnipro, a Liga Europa.

"Como só teremos o Campeonato Ucraniano e a Copa da Ucrânia para disputar, teríamos maior vantagem e um menor desgaste em relação aos rivais. O objetivo é ganhar o Ucraniano para obter a vaga direta na fase de grupos da Champions", disse Huff dos Santos.

"Se falava em três anos, o que seria muito mais grave. Como foi só uma temporada, a punição não deve afetar nada no clube".

A exclusão decorre da punição imposta pela federação ucraniana ao Metalist e ao Karpaty, combinarem o resultado de um jogo de abril de 2008. Na ocasião, o placar foi de 4 a 0 para o Metalist. Quatro jogadores acabaram suspensos e o diretor Yevhen Krasnikov foi banido do esporte por cinco anos.

Apesar de já ter sido substituído na competição, o clube ucraniano ainda poderá recorrer da decisão no CAS (Corte de Arbitragem do Esporte).


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