Folha de S. Paulo


Azarados, Atlético-MG e Cuca tentam por fim a tabu com o título da Libertadores

Considerados azarados e com fama de pé-frio, o Atlético-MG e o seu treinador Cuca têm a chance de quebrar a sina que os perseguem e conquistar o título mais importante de suas trajetórias.

O tabu pode ser quebrado nesta quarta-feira, quando a equipe mineira encara o Olimpia, no Mineirão, às 21h50, pelo jogo de volta da decisão da Taça Libertadores da América.

Para pôr fim ao jejum, o Atlético-MG precisa vencer o rival por três gols de diferença após perder a primeira partida por 2 a 0. Caso repita o placar, o título será decidido na prorrogação e, se for necessário, nos pênaltis.

Fernando Bizerra Jr. - 27.jul.2013 /Efe
Cuca corre em treino do Atlético-MG
Cuca corre em treino do Atlético-MG

Desde a derrota para o Newell's Old Boys no primeiro jogo da semifinal, Cuca foi questionado várias vezes sobre a fama de pé-frio. Na última sexta-feira, afirmou que o jogo desta noite é o mais importante de sua carreira e do clube.

"Se Deus quiser, a consagração vai vir quarta-feira. É o jogo mais importante da história do clube e automaticamente nosso, ou você acha que eu não quero ganhar uma Libertadores para vocês pararem de encher o saco e me chamarem de azarado. É a coisa que mais quero na vida", disse o treinador, que chegou à semifinal do torneio com o São Paulo em 2004.

Sete anos depois, fez com o Cruzeiro a melhor campanha da primeira fase da competição. No entanto, foi eliminado logo no primeiro mata-mata para o Once Caldas.

Em seu currículo, Cuca acumula até hoje títulos de torneios estaduais. Ele foi campeão do Estadual do Rio em 2009, pelo Flamengo, e venceu as três últimas edições do Mineiro (2011 à frente do Cruzeiro e as duas mais recentes com a equipe alvinegra).

Fundado em 1908, o Atlético-MG não conquista um título de expressão desde 1971, quando venceu o Campeonato Brasileiro. Nesse período foi diversas vezes campeão mineiro e da extinta Copa Conmebol em 1992 --contra o próprio Olimpia-- e 1997, além de outros torneios amistosos.

O Atlético-MG vive seus fantasmas desde 1977, quando tinha o melhor time do Brasileiro e perdeu o título nos pênaltis para o São Paulo, em pleno Mineirão. Três anos depois, a derrota na final do Nacional foi para o Flamengo.

Até o final dos anos 90, o time mineiro sempre teve bons desempenhos na principal competição nacional. Nesse período, se sustentou no topo do ranking da CBF mesmo sem os títulos, apenas chegando entre os primeiros colocados.

Por tudo isso, os fantasmas alvinegros foram se acumulando e agora poderão ser exorcizados se o título vier. Mas independentemente da conquista, uma mudança de atitude se processou no clube mineiro desde a chegada de Cuca e principalmente de Ronaldinho Gaúcho.

Ela diz respeito ao comportamento da torcida, que abandonou os gritos de "raça" e passou a valorizar também o futebol técnico e bem jogado do time, com os quais estava desacostumada. A confiança também voltou ao clube.

Durante o jejum de conquistas importantes, o clube ainda viu neste período o seu maior rival. o Cruzeiro, vencer a Libertadores duas vezes, um Brasileiro e quatro vezes a Copa do Brasil.

Para a decisão, Cuca não contará com os laterais Marcos Rocha e Richarlyson, suspensos. Júnior César será o titular no lado esquerdo, enquanto Michel e Luan são as opções para a lateral direita.

Bernard, que cumpriu suspensão na primeira partida, está confirmado como titular.


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