Folha de S. Paulo


Crise no São Paulo expõe falta de poder de reação da equipe

O técnico Paulo Autuori falou abertamente: para sair de uma das maiores crises de sua história, o São Paulo não pode tomar o primeiro gol.

E o treinador está certo. O time tricolor não sabe jogar quando está atrás no placar.

O problema é antigo, vem desde antes da série de sete derrotas consecutivas e dez jogos sem vencer, mas se agravou nos últimos tempos.

O São Paulo sofreu o primeiro gol e saiu atrás no marcador em 15 das 44 partidas da temporada. Conseguiu duas viradas, contra Strongest e União Barbarense, e saiu derrotado nas outras 13.

Ou seja, somou só seis (13,3%) dos 45 pontos possíveis nos jogos em que teve de correr atrás da recuperação.

É, de longe, o pior aproveitamento entre os quatro grandes paulistas quando estão atrás no marcador.

O Corinthians recuperou 33,3% dos pontos quando saiu em desvantagem. O Santos, 30,3%. E o Palmeiras, o de piores resultados no ano, tem aproveitamento de 18%.

Julia Chequer - 11.jul.2013/Folhapress
O técnico Paulo Autuori comanda treino do São Paulo
O técnico Paulo Autuori comanda treino do São Paulo

"Quando ficamos nessa situação, temos que aprender a passar por cima das dificuldades para inverter o placar", afirmou Jadson.

Mas o próprio meio-campista admitiu que o momento ruim que o time vive não é nada propício para viradas.

"Pela situação em que estamos, a gente tem mesmo que sair na frente no placar. É que a gente vai tentando, criando chances e a bola não entra. E aí, quando toma um gol, o psicológico vai lá embaixo", completou o meia.

Foi de forma semelhante que Autuori explicou a derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, no sábado, no Morumbi.

"Mentalmente, a gente está muito abalado. Perdemos a cabeça porque não temos sustentação", declarou o treinador, após a partida em que o São Paulo jogava melhor que o rival até sofrer o primeiro gol e depois desabou.

Em busca de uma mudança de mentalidade, Autuori cogita mexer na escalação para o jogo de amanhã contra o Inter, também em casa.

Em baixa com a torcida e mal tecnicamente, o atacante Luis Fabiano é um favorito para ser substituído.

Além da questão psicológica, o técnico do São Paulo está preocupado com o estado físico dos seus jogadores.

A crise que tomou conta do clube foi construída no segundo tempo dos jogos, quando os atletas estão mais desgastados fisicamente.

Em cinco das sete derrotas consecutivas, inclusive contra o Cruzeiro, o São Paulo não estava perdendo quando foi para o intervalo. Onze dos 15 gols sofridos pelo goleiro Rogério nesse período aconteceram no segundo tempo.


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