A América do Sul é o único continente a jamais ter visto um nativo correr os 100 m abaixo de 10s00 --recorde do brasileiro Robson Caetano, que dura há 25 anos.
Para dirigente e velocistas brasileiros, o futuro não reserva muita melhora.
"Esse tempo realmente é uma barreira para nós", afirmou Aldemir Gomes Júnior, 21, que tem 10s20 como sua melhor marca.
Com vaga nos 200 m no Mundial de Moscou, em agosto, Aldemir perdeu um mês de treino devido ao fechamento do estádio Célio de Barros, que pertence ao complexo do Maracanã e receberá obras da Copa. Ele agora treina em instalação militar na Urca.
Sandro Viana, velocista veterano de Mundiais e Olimpíadas, acha que a questão vai além de estrutura. "Não há treino e técnica no Brasil para produzir tal marca. Nosso nível é para correr 10s20", disse.
A opinião do corredor é compartilhada por Antonio Carlos Gomes, superintendente da Confederação Brasileira de Atletismo.
"Não temos massa de jovens no atletismo, então é duro afirmar que até 2016 alguém pode bater o recorde do Robson."
O melhor tempo de um brasileiro desde 1988 foi o 10s06 de André Domingos, em 1999.
Na atual temporada, José Carlos Moreira, o Codó, lidera o ranking nacional com 10s16, mas é apenas o 136º na listagem internacional.
O sul-americano mais próximo de quebrar o recorde de Robson é o equatoriano Alex Quiñonez, 23, que este ano já correu em 10s09.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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