Folha de S. Paulo


São Paulo quer vitória na Recopa para conter crise, e Corinthians busca taça inédita

Corinthians e São Paulo se reencontram hoje, no Pacaembu, no jogo de volta da Recopa Sul-Americana para definir o campeão, mas cientes de que o troféu terá peso distinto para cada finalista.

O torneio, que opõe campeões da Libertadores e da Sul-Americana, vai reunir pela primeira vez os dois rivais em uma final internacional.

O time tricolor jogará pressionado e com a obrigação de reverter a derrota de 2 a 1, no Morumbi, há duas semanas. Precisa triunfar por dois gols de diferença para ser o dono da Recopa pela terceira vez --um recorde entre os times brasileiros.

A conquista pode trazer algum alívio à crise vivida pelo clube. A demissão do treinador Ney Franco há 12 dias, os oito jogos consecutivos sem vitória e a falta de triunfos em clássicos neste ano são os sintomas mais evidentes da má fase são-paulina.

"A conquista pode melhorar o ambiente e reestabelecer a autoestima, por ser diante de um rival qualificado", admite Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice do São Paulo.

Um dos efeitos previstos é que o técnico Paulo Autuori ganhe tranquilidade para trabalhar. Ele faz hoje o seu segundo jogo à frente do time.

Autuori foi contratado na última quinta-feira e estreou com derrota por 3 a 2 para o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro, no domingo, em Salvador. Na competição, o time está em 14º lugar, a um ponto da zona de rebaixamento.

"O título já tem importância, mas, pela grandeza das duas instituições e pela rivalidade, não dá para negar que o vencedor terá mais tranquilidade", acrescentou Leco.

Por outro lado, o reflexo em caso de fracasso é desconhecido. O time somaria nove derrotas consecutivas, algo que ocorreu apenas em 1987, e teria de se reestruturar em meio aos protestos da torcida, que no domingo já cobrava a vitória na Recopa.

TRANQUILIDADE

O clima do lado do Corinthians é de tranquilidade. A equipe prega que o foco é a taça da Recopa, feito inédito, mas reconhece que um revés deve ter pouco impacto.

Não abalaria o trabalho de Tite, no comando desde outubro de 2010. Nem colocaria em descrédito os jogadores. Mas a motivação está em igualar um recorde do rival.

"Vivemos um ciclo vitorioso e é a chance de somar taças importantes em sequência, como já fez o São Paulo [nos anos 90]", disse Edu Gaspar, gerente de futebol.

O São Paulo conquistou o Brasileiro de 1991, foi bicampeão da Libertadores e do Mundial em 1992 e 1993, e da Recopa em 1993 e 1994.

Desde 2011, o time alvinegro tem colecionado taças. Venceu o Brasileiro, depois a Libertadores e o Mundial de 2012 e, neste ano, o Paulista. A Recopa é a taça que falta.


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