Folha de S. Paulo


Superados por estrangeiros no Nacional, brasileiros também vivem má fase no exterior

O mesmo Brasil que já produziu atacantes como Romário e Ronaldo vê o domínio de estrangeiros na tabela de artilheiros em seu próprio campeonato nacional e uma seca de goleadores na Europa, centro do futebol mundial.

Após sete rodadas da Série A do Brasileiro, dois gringos ocupam o topo da tabela de artilheiros: o argentino Maxi Biancucchi, do Vitória, tem seis gols, enquanto o uruguaio Diego Forlán, do Internacional, anotou cinco.

Forlán marcou dois no final de semana, contra o Fluminense de Fred, titular da seleção, enquanto Biancucchi, primo do craque Messi, fez dois contra o São Paulo.

Pascal Rossignol - 5.dez.2012/Reuters
O atacante Jonas, ex-Grêmio e Santos, comemora um gol pelo Valencia na Espanha
O atacante Jonas, ex-Grêmio e Santos, comemora um gol pelo Valencia na Espanha

O único estrangeiro a conseguir o feito de ser artilheiro do Nacional foi o uruguaio Pedro Rocha, em 1972, atuando pelo São Paulo. Fez 17 gols e ficou empatado com Dadá Maravilha, do Atlético-MG.

O holandês Seedorf, do Botafogo, e o chileno Vargas, do Grêmio, com três gols cada, aparecem como outros candidatos a repetir o feito de Pedro Rocha --eles também marcaram no fim de semana.

Os brasileiros mais bem colocados na artilharia do Nacional este ano são Éderson (Atlético-PR), Fernandão (Bahia) e William (Ponte Preta), todos com quatro gols.

Na Europa, a situação é igualmente desconfortável para os brasileiros. Dentre os dez melhores campeonatos do continente, o Brasil não teve artilheiro isolado.

Wanderson, do Krasnodar, da Rússia, terminou o campeonato local com 13 gols, ao lado do armênio Yura Movsisyan, do Spartak Moscou. Foi o único brasileiro artilheiro na Europa, mas em liga de menor expressão.

Na Espanha, enquanto o argentino Lionel Messi terminou o nacional com 46 gols, o melhor brasileiro foi Jonas, do Valencia, que fez 13.

Dentre esses dez principais campeonatos, o brasileiro que mais marcou foi o atacante Lima, do Benfica, que terminou o Português com 20 gols, seis a menos do que o artilheiro, o colombiano Jackson Martínez, do Porto.

"Eu sinto que estou no melhor momento da minha carreira", disse Lima à Folha.

O atacante Bobô, que já jogou por Corinthians e Cruzeiro, anotou 18 gols pelo Kayserispor, da Turquia, e terminou o campeonato local com seis a menos do que Yilmaz, do Galatasaray.

Jogando num time que não passou da quinta colocação do Campeonato Turco, Bobô concorda que o Brasil não vive um bom momento quando o assunto é atacante.

"Nas temporadas passada e retrasada, você não vê grandes atacantes brasileiros como se via antes na Europa. A safra não está muito boa realmente", afirmou Bobô, que vê uma luz no fim do túnel para acabar com a seca de artilheiros na Europa.

"A ida de Neymar [para o Barcelona, da Espanha] pode mudar isso", disse Bobô.

Neymar, porém, terá o parceiro Messi, primo de Maxi, como grande rival.


Endereço da página: