Folha de S. Paulo


Herói do Atlético-MG, Victor já pegava pênaltis na base e esteve perto do São Paulo

Herói da classificação do Atlético-MG para a final da Taça Libertadores da América, o goleiro Victor, 30, já pegava pênaltis nas categorias de base e ficou próximo de atuar pelo São Paulo.

A história é contada pelo preparador de goleiros do Paulista de Jundiaí, Carlos Lima, que é padrinho de casamento do camisa 1 da equipe mineira.

"O Victor foi aprovado em uma peneira no São Paulo realizada na região de Presidente Prudente e ficou aguardando ser chamado para treinar. Pouco depois, fizemos uma avaliação na região e ele foi aprovado também. Conversamos com o Victor, com a família dele e antes de completar 15 anos já estava no Paulista", contou Lima.

No Paulista, Victor voltou a ser assediado pelo clube do Morumbi durante a disputa da Copa São Paulo de futebol júnior. Ele foi emprestado ao Ituano, retornou para ser terceiro goleiro e integrou o elenco da equipe de Jundiaí na conquista da Copa do Brasil em 2005. Um ano depois, foi reserva na disputa da Libertadores e participou como titular da campanha do rebaixamento do time para a Série C do Brasileiro na temporada seguinte.

"O Victor mostrava muito talento, foi determinado e superou muitas dificuldades como morar longe da família desde jovem. É uma pessoa disciplinada, nunca teve preguiça para treinar".

Em 2008, o goleiro se transferiu para o Grêmio. A contratação foi aprovada pelo treinador Vágner Mancini, que tinha trabalhado com o jogador no clube do interior paulista.

"O Grêmio me apresentou uma relação com três goleiros para ser contratado e um deles era o Victor. Como já o conhecia e confiava em seu potencial e no caráter não tive dúvidas em aprovar a contratação", contou Mancini, que foi anunciado como novo técnico do Atlético-PR.

No time gaúcho, Victor chegou à seleção brasileira e virou ídolo da torcida. No entanto, o arqueiro deixou a equipe em 2012, quando se transferiu para o Atlético-MG.

"O Victor tinha interesse de continuar no Grêmio já que queria jogar na arena. Porém, não se sentiu valorizado no clube e aceitou a proposta do Atlético-MG", relatou o padrinho.

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A contratação de Victor foi anunciado pelo presidente do clube mineiro, Alexandre Kalil, através do Twitter. "Torcida mais chata do Brasil, se o problema era goleiro não é mais. Victor é do Galo!".

Ele foi negociado por 3,5 milhões de euros (R$ 8,9 milhões na época), além da troca do zagueiro Werley.

Um ano depois, Victor se tornou um dos principais heróis da campanha atleticana na Libertadores. Pegou um pênalti contra o Tijuana nos acréscimos do segundo tempo e anteontem defendeu a quinta e decisiva cobrança da série diante do Newell's Old Boys.

"Ele sempre foi um bom pegador de pênalti. Antes da minha aposentadoria como jogador, batia muitos pênaltis no Victor durante os treinos e ele exigia que a gente fosse preciso", revelou Mancini.

"Não tivemos muitas decisões por pênaltis, mas nos treinamentos vínhamos o potencial dele para defender", disse Lima.


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