Devido a uma suspensão por doping, o atleta olímpico de saltos ornamentais Hugo Parisi, 28, especialista na prova da plataforma de 10 m, não poderá participar do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, que acontece entre os dias 19 de julho e 4 de agosto, em Barcelona.
Nesta segunda-feira, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) divulgou que uma substância proibida --a prednisolona, da classe dos glucocorticosteróides--, foi detectada no exame antidoping do atleta. A Fina (Federação Internacional de Natação) determinou a pena mínima, de três meses, contados a partir do dia 14 de junho.
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| O atleta dos saltos ornamentais Hugo Parisi |
As amostras foram recolhidas no dia 24 de fevereiro, em razão da segunda etapa do Grand Prix da Fina de Saltos Ornamentais, realizada em Rostock, na Alemanha.
De acordo com o saltador, no mesmo mês, ele teve uma infecção na garganta e procurou um médico em Brasília, cidade onde mora. O médico, porém, não era do esporte.
"Avisei que eu era atleta, e ele me receitou um remédio chamado Prelone [um corticoide usado como anti-inflamatório]. Chequei na lista dos medicamentos proibidos, mas não encontrei nada porque o que está na lista é a família a qual pertence o medicamento. É uma lista feita para especialistas, e eu não sou nenhum especialista. Caí nesse erro", disse Hugo, por telefone, em entrevista à Folha.
Questionado pelas autoridades esportivas sobre o porquê de não ter ido a um médico da confederação, Hugo alegou que tratava-se de um caso de emergência. À reportagem, ele afirmou que o acesso a um médico da CBDA não é tão fácil.
"Não sei exatamente o número de médicos da CBDA. Sei de uma [médica] que fica no Rio, mas o meu caso foi uma emergência", explicou. "O atleta é responsável por aquilo que toma, o problema é que, no Brasil, falta suporte para isso. Nem o código da Wada [Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês] traduzido para o português a gente tem."
Hugo apresentou sua defesa no dia 14 de junho. O médico fez um relatório com uma declaração explicando que o remédio era "extremamente" necessário nas condições de saúde do atleta e que fez a prescrição sem saber que se tratava de uma substância proibida.
"Considero a defesa um sucesso, pois peguei a pena mínima [de três meses]. Em nenhum momento neguei ter usado prednisolona e acho que isso fez diferença na avaliação do caso."
"Infelizmente, essa situação me tirou do Mundial [em Barcelona], mas não atrapalha em nada meu objetivo principal, que é [a Olimpíada] 2016. Vou continuar treinando forte", concluiu.
Há dez anos na seleção brasileira de saltos ornamentais, Hugo Parisi já participou de três Olimpíadas (Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012). Nos Jogos do ano passado, ficou na 30ª colocação na fase preliminar e não avançou à semifinal da competição.
| Fabrice Coffrini/AFP | ||
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| Hugo Parisi compete na plataforma de 10 m durante os Jogos de Londres-2012 |