Folha de S. Paulo


Campeão, Bayern gasta praticamente o quádruplo do que o Borussia

O Bayern de Munique gastou quase o quádruplo do Borussia Dortmund para montar o time que conquistou a Copa dos Campeões. O título veio com a vitória sobre rival alemão por 2 a 1, neste sábado, em Londres.

O gigante alemão torrou 227,8 milhões de euros (quase R$ 600 milhões) em contratações para formar o elenco que trouxe a principal taça do continente para a Baviera pela quinta vez.

Já os jogadores do seu adversário custaram no total 59,45 milhões de euros (pouco mais de R$ 156,3 milhões).

A diferença de valores mostra o abismo financeiro e também de filosofia que separa os dois melhores times da temporada europeia.

O Bayern é o quarto clube de maior faturamento no mundo. Na temporada 2011/12, arrecadou 368,4 milhões de euros, praticamente R$ 970 milhões. Somente Real Madrid, Barcelona e Manchester United estão à frente do craque.

Com tanto dinheiro e sem problemas de caixa devido à rigidez do sistema de fair play financeiro alemão, o time bávaro sente-se à vontade para gastar.

Na temporada passada, ignorou as negativas do Athletic Bilbao em negociar Javi Martínez e depositou os 40 milhões de euros (R$ 105,2 milhões) da multa rescisória para ter o volante espanhol.

Fez o mesmo para assegurar no próximo ano o meia-atacante Mario Götze, astro justamente do seu adversário na final. Ante o pagamento dos 37 milhões de euros (R$ 97 milhões) da cláusula de quebra do contrato do jogador, o Borussia Dortmund não teve como segurá-lo.

Sete das oito maiores transferências da história do futebol alemão tiveram o Bayern como comprador. Um clube que se dá ao luxo de ter um reserva que custou 30 milhões de euros (R$ 79 milhões), caso de Mario Gomez, o terceiro reforço mais caro do país em todos os tempos.

O Dortmund também tem um faturamento crescente, mais muito aquém do rival. Na temporada passada, teve receita de 189,1 milhões de euros (R$ 497 milhões), a 11ª de um clube de futebol no planeta.

Além disso, o time amarelo e negro adota uma política de austeridade porque quase quebrou quando tentou fazer frente ao poderio econômico do Bayern, uma década atrás.

O ápice do oba-oba financeiro do Dortmund aconteceu em 2001, quando pagou 28 milhões de euros (R$ 73,6 milhões) para ter Amoroso, na época destaque do Parma. Pouco depois, teve de recorrer até mesmo a um empréstimo do rival para fechar as contas.

Hoje, conta com apenas um jogador que custou mais de 10 milhões de euros, o meia-atacante Marco Reus, contratado do Borussia Mönchengladbach nesta temporada.

No Bayern, seis dos 11 prováveis titulares da final da Copa dos Campeões foram contratados por mais de uma dezena de milhões de euros. Outros quatro foram formados nas categorias de base.


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