Passados mais de três meses desde a morte de Kevin Espada Beltrán, 14, em jogo entre Corinthians e San José, a família do jovem boliviano não recebeu um centavo como compensação financeira.
"A mídia divulgou diversas ofertas de ajuda financeira para a família, partindo de Corinthians, da CBF e por meio do deputado [federal] Vicente Cândido [PT-SP], em nome do Corinthians. Nada pedimos", disse à Folha o pai de Kevin, Limbert Beltrán.
"Usaram o meu filho para aparecer na mídia como pessoas ou entidades solidárias. Estamos esperando que cumpram o que foi divulgado."
"Na reunião com o deputado [federal] Vicente Cândido [PT-SP], ele disse que falava pelo Corinthians e deu a entender que a família receberia uma ajuda financeira."
Procurada ontem, a assessoria do deputado informou que, embora estejam trabalhando em conjunto, a fonte oficial de informações sobre o assunto é o Corinthians.
O clube, que chegara a anunciar "ajuda solidária", negou ter conferido a ele poder para falar pelo clube.
Procurado de novo, Cândido afirmou que só disse a Limbert "haver disposição do clube em ajudar". Mas, à época, informara que lá estava para negociar uma indenização, pelo Corinthians.
"Vi em um programa esportivo na TV um dirigente da federação boliviana dizendo que iria destinar US$ 20 mil [R$ 40,7 mil] à família do Kevin. Não entraram em contato até agora", afirma Limbert.
"Vamos fazê-lo em junho", afirma o diretor de comunicação da FBF, Júlio Peñaloza.
Na parte legal, Limbert diz que seu objetivo é que os culpados pela morte de Kevin sejam apontados e punidos e que jamais faria acordo para livrar quem matou seu filho.