Folha de S. Paulo


Folha ganha Prêmio Embratel com série sobre Ricardo Teixeira

A Folha ganhou o Prêmio Embratel de Jornalismo, na categoria Esporte, pela série de reportagens sobre a queda de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O resultado foi divulgado nesta quinta-feira. O Prêmio Embratel é um dos mais disputados do jornalismo brasileiro. Este ano, 1.862 reportagens concorreram em 17 categorias.

A série "Os negócios suspeitos e a queda de Ricardo Teixeira" foi produzida no ano passado pelos jornalistas Filipe Coutinho, Julio Wiziack, Leandro Colon, Rodrigo Mattos e Sérgio Rangel. O mesmo trabalho ganhou, em novembro, o Grande Prêmio Esso de Jornalismo, a principal premiação do gênero no Brasil.

Ricardo Teixeira deixou o cargo na CBF em março do ano passado em meio às reportagens publicadas pela Folha.

Na primeira reportagem da série, o jornal revelou o elo entre ele e a empresa Ailanto, que recebeu R$ 9 milhões do governo do DF para organizar uma partida da seleção em 2008. O jornal mostrou que uma das sócias da Ailanto tinha uma fazenda no mesmo endereço de Teixeira. A série também descobriu como R$ 705 mil da empresa foram parar nas contas do dirigente. Foi a primeira vez que ficou comprovado que Teixeira recebeu dinheiro ligado a jogos da seleção.

A Folha contou ainda que Teixeira montara uma empresa de investimentos na Flórida e que a Ailanto era alvo de ação pela suspeita de desvio de R$ 1 milhão.

Em junho do ano passado, o jornal publicou o caminho do dinheiro e mostrou documentos apreendidos pela polícia: cheques nominais, declarações de imposto e contratos.

Outro personagem mencionado no trabalho foi Sandro Rosell, presidente do Barcelona e dono da Ailanto. Foi revelado que R$ 1 milhão da empresa foi para a Espanha, dinheiro não declarado por Rosell no Imposto de Renda.

A Folha revelou ainda que Teixeira recebeu um aumento logo após renunciar ao cargo de presidente da CBF . Até então, o atual mandatário José Maria Marin dizia que não tinha ligação com seu antecessor. Após a publicação do artigo, Marin admitiu que Teixeira, com salário de R$ 120 mil mensais, era seu "consultor".

Outra reportagem mostrou os detalhes do contrato da TAM com a CBF. Pelo acordo, Teixeira nomeou quatro empresas do empresário Wagner Abrahão, seu amigo, para receber os R$ 7 milhões anuais do contrato assinado com a empresa aérea . O acordo teria validade até a Copa de 2018. Horas depois da publicação do texto, a TAM cancelou o contrato.
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Além dos prêmios Esso e Embratel, a série recebeu na última segunda-feira o Prêmio João Saldanha, promovido pela Acerj (Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro).


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