Em sua autobiografia "Yo soy el Diego de la Gente" (2000, sem tradução ao português), o ex-jogador Diego Maradona, argentino como o novo papa, faz críticas pesadas à Igreja Católica. Nesta quarta, após a escolha de Jorge Mario Bergoglio, ele declarou querer uma audiência.
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"Sim, briguei com o Papa [João Paulo 2º] porque fui ao Vaticano e vi os tetos de ouro. E depois escutei o Papa dizer que a Igreja se preocupa com as crianças pobres... Então vendam o teto, façam alguma coisa!"
E segue: "Para que serve o Banco Ambrosiano? Para vender drogas e financiar armas, como diz o livro 'Por vontade de Deus [de David Yallop]? Eu li, não sou um ignorante, e também estive com o Papa, porque sou famoso."
Maradona narra ter visitado João Paulo 2º com sua mãe, Tota, e com a então mulher Claudia Villafañe. "Ele deu um rosário para mãe e outro para mim, que disse ser especial. Depois pedi à minha velha que me mostrasse o dela... e era o igual ao meu! Eu me aproximei e perguntei: 'Desculpe, Sua Santidade, mas qual é a diferença entre o meu e o da minha mãe?' Ele não respondeu, só sorriu, me deu um tapa nas costas e seguiu andando. Uma falta de respeito total!"
Nem sempre foi assim. Segundo o livro "Diego Dijo", uma compilação de frases de Maradona lançado em 2005 (autorizado pelo ex-jogador), a relação do ex-jogador com a Igreja Católica já foi melhor.
"Que o Papa tenha tido a gentileza de receber a mim e à minha família foi uma das coisas mais lindas e importantes que aconteceu na minha vida, estou emocionado", disse em 1985, depois de ver João Paulo 2º. "É algo que não se pode dizer com palavras, é como tocar o céu."
Depois, em 2000, disse o que publicou no livro. Em 2001, afirmou que "ao Papa não visito nunca mais. É muito chato."