Folha de S. Paulo


Funcionária demitida da Rio-16 nega ter furtado dados confidenciais

Demitida pelo Comitê Organizador da Olimpíada do Rio-2016 na semana passada sob acusação de espionagem, Renata Santiago, ex-integrante do Programa de Transferência de Conhecimento dos Jogos, negou ter traficado dados confidenciais da organização de Londres-2012.

Em carta endereçada ao presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, publicada ontem pelo colunista da Folha Juca Kfouri em seu blog no UOL, empresa do grupo Folha, a ex-funcionária da Rio-2016 disse que todos os dados trazidos por ela ao Brasil eram abertos.

"Hora nenhuma me apropriei de informações confidenciais ou comerciais. Sabemos bem que essas informações confidenciais ou comerciais não estariam ao acesso de todos nós 'secondees' [empregados em funções transitórias] da Rio-2016, que recebemos login e senha do próprio LOCOG [comitê responsável pela Olimpíada de Londres]", diz trecho da carta.

Santiago ficou na capital do Reino Unido entre os dias 11 de junho e 15 de agosto para observar como os ingleses trabalham no relacionamento com os comitês nacionais.
Sua missão era coletar dados para aprimorar o trabalho nessa área da Rio-2016.

Ela e outros nove funcionários do órgão foram demitidos após reclamação dos ingleses pelo furto de arquivos. Os integrantes do grupo não tiveram os nomes divulgados.

No total, a Rio-2016 enviou 200 pessoas a Londres para o programa de troca de conhecimento entre sedes.

O Programa de Transferência de Conhecimentos entre os comitês vetava cópias sem autorização, mesmo que elas não fossem confidenciais.

O comitê da próxima Olimpíada defendeu-se alegando que os funcionários "agiram por iniciativa própria, sem o conhecimento de seus chefes imediatos e de nenhuma outra liderança do Rio 2016".

Ontem, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, deu o caso como encerrado. Segundo ele, a situação envolve só os dois comitês organizadores, entidades privadas, e todas as providências para resolvê-la já foram tomadas.

Já o deputado federal Romário (PSB/RJ) se disse estarrecido com o furto de informações.

O ex-jogador pressiona o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para limitar os mandatos de dirigentes.

Nuzman dirige o COB desde 1995 e, ao contrário dos chefes dos comitês organizadores das últimas Olimpíadas, optou por também ser o maior dirigente da Rio-2016.


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