Folha de S. Paulo


Menino italiano morre após otite ser tratada somente com homeopatia

Oonagh Taeger/Flickr

A morte de uma criança de sete anos por causa uma otite tratada com homeopatia repercutiu em editoriais de jornais italianos e provocou acalorados debates nas redes sociais.

Recentemente, pesquisadores da USP se envolveram em um debate sobre a efetividade de tratamentos com homeopatia.

De acordo com a imprensa italiana, o menino estava em coma há vários dias por danos causados ao cérebro pela infecção. Ele foi declarado clinicamente morto na manhã de sábado (27).

Seus pais, comerciantes da região de Ancona, na costa do mar Adriático, disseram tratar o menino desde os três anos somente com homeopatia, inclusive casos de infecção. Segundo eles, sempre a modalidade terapêutica sempre obteve sucesso.

Mas desta vez a febre não baixou. Ao longo de duas semanas a criança foi enfraquecendo, até que seus pais finalmente o levaram para um hospital, onde ele perdeu a consciência na última quarta-feira.

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O "Corriere della Sera" publicou no sábado um texto intitulado "Omeopazza" (brincadeira que junta as palavras homeopatia e loucura), do editorialista Massimo Gramellini em sua primeira página, antes mesmo de a morte da criança ser anunciada.

O texto lembra que Christian Boiron, chefe do laboratório Boiron –um dos gigantes da homeopatia mundial, recomenda mudar os tratamentos dependendo da patologia.

"Infelizmente, há pessoas tão débeis que não conseguem viver sem depender de dogma, seja religioso, materialista, científica, anticientífica, carnívoro ou vegano", afirmou Gramellini.

"Uma perigosa geração de ignorantes", "pais inconscientes", "charlatães matam", disseram usuários da rede social Twitter, enquanto outros tentavam defender o médico homeopata do menino, discursando sobre os abusos da medicina moderna e o lobby das grandes farmacêuticas.


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