Folha de S. Paulo


Americano desenvolve hepatite após consumo excessivo de energético

Tambako The Jaguar/Flickr
É o segundo caso de intoxicação documentado
É o segundo caso de intoxicação documentado

Um americano de 50 anos sofreu uma hepatite aguda provocada provavelmente pelo consumo excessivo de bebidas energéticas, revela um artigo publicado nesta quarta-feira no British Medical Journal (BMJ).

Este é o segundo caso de intoxicação do fígado por energéticos descoberto por médicos americanos, após outro identificado em 2011.

O paciente, um trabalhador da construção, passou a consumir muita bebida energética - de uma marca não revelada - para poder "aguentar" o serviço.

Durante três semanas bebeu entre quatro e cinco garrafas de energético por dia, e cada uma tinha o dobro do limite máximo diário recomendado de vitamina B3 (niacina), mas sem superar a quantidade considerada tóxica.

"A hepatite foi provocada provavelmente por um consumo excessivo de bebidas energéticas e, em particular, de vitamina B3", apontam os autores do artigo, membros do Colégio de Medicina da Universidade da Flórida.

Quando o paciente se apresentou na emergência, já estava há duas semanas sofrendo de dor do estômago e vômitos, com icterícia e urina escura.

As análises revelaram uma elevada concentração de enzimas chamadas transaminases, sinal de que o fígado está afetado. Uma biópsia mostrou que o homem sofria de uma hepatite aguda severa, com necrose e redução da secreção biliar.

O paciente tinha o vírus da hepatite C (HCV), mas esta não foi a causa da hepatite aguda, disse à AFP Jennifer Nicole Harb, uma das autoras do artigo.

Nos Estados Unidos, cerca da metade dos casos de insuficiência hepática aguda é provocada por medicamentos, plantas medicinais ou suplementos alimentícios, segundo os autores do artigo.

O estudo afirma que muitos se esquecem dos possíveis malefícios de ingredientes como vitaminas. Overdoses dessas substâncias podem ter sérias consequências.

Vitaminas e nutrientes, em quantidades acima do consumo diário recomendado, podem se acumular perigosamente e se tornar tóxicas, diz a pesquisa.


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